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Só 13% dos obstetras fazem abortos. Pizarro quer centros de saúde a fazê-los

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Rodrigo Antunes / Lusa

O Ministro da Saúde, Manuel Pizarro

Manuel Pizarro defendeu, esta quarta-feira, uma mudança no modelo organizativo das consultas de interrupção voluntária da gravidez, no Serviço Nacional de Saúde (SNS), apontando para uma descentralização dos serviços.

Em entrevista à RTP, esta quarta-feira à noite, o ministro da Saúde, Manuel Pizarro, admitiu que não necessárias mudanças, na forma como se orientam as consultas de interrupção voluntária da gravidez (IVG), em Portugal.

“Temos de mudar o modelo organizativo. Não há hoje uma boa razão, para que muitos centros de saúde não possam fazer consultas de interrupção voluntária da gravidez”, apontou o ministro.

“Na esmagadora maioria dos casos em que os hospitais não fazem a IVG [são 15, no SNS] e as senhoras são enviadas para privados, a opção cirúrgica é dominante (…) mas no setor público a esmagadora maioria da IVG é feita com um medicamentos. Ora, isso não precisa da intervenção de um hospital. Isto é um caso de intervenção das ULSs que pode permitir confortavelmente descentralizar um pouco a IVG”, considerou.

“Muitas vezes, o problema é haver uma percentagem muito grande dos profissionais de um serviço serem objetores de consciência e isso tem de se respeitar”, explicou Manuel Pizarro.

Esta quarta-feira, a Entidade Reguladora da Saúde (ERS) revelou que dos 42 hospitais acreditados para realizar IVG em Portugal continental apenas 29 estão a aplicar este procedimento.

Na edição desta quinta-feira, o Diário de Notícias revelou que apenas 13% dos obstetras do SNS fazem IVG.

O matutino adiantou ainda que a lei é violada em grande parte das unidades, com prazos desrespeitados em pelo menos 20% dos pedidos.

De acordo com a ERS, apuraram-se 1.366 casos em que o procedimento não foi realizado por ter sido ultrapassado o prazo legalmente estabelecido.

Em 2022, as interrupções voluntárias da gravidez aumentaram 15%, em relação a 2021. Foram cerca de 15.600 IVG.

Falta de médicos de família

Na Grande Entrevista da RTP, Manuel Pizarro admitiu que vai ser difícil cumprir a meta de atribuir médico de família a cerca de um milhão de portugueses até ao final de 2024.

“Não tenho nenhuma dúvida que vamos manter muitas dificuldades até ao fim de 2024. Vamos incorporar muitos profissionais, mas, ao mesmo tempo, vamos continuar a perdê-los“.

ZAP //

5 Comments

  1. Este (des)governo é total.
    E não é de surpreender que o PS esteja tão confortável em propor estas aberrações, pois como andam a importar migrantes a torto e a direito que nada sabem nem querem saber de Portugal, mas estão muito confortáveis a viver de subsídios.
    Então ao conseguirem que os portugueses abortem mais, conseguem dessa forma substituir a população portuguesa por outra qualquer que não é realmente nada, e que lhes dá votos mesmo para manter esse estilo de vida de nada contribuírem para Portugal.

    Por um lado queixam-se que a natalidade em Portugal está baixa pois os portugueses têm filhos cada vez mais tarde. E por outro lado, ajudam nesses mesmos números.
    Não são precisos mais obstetras. O que é realmente necessário é que baixem a carga fiscal, deixem-se de tanta burocracia para ser possível fazer seja o que for neste país que mais parece uma barraca, e criem as condições financeiras para atrair investidores internacionais para ajudar na criação de emprego.

    O que Pizarro aparentemente está mais preocupado, é em pagar com o dinheiro dos contribuintes as irresponsáveis que se deixam engravidar apesar de todos os métodos para prevenir isso mesmo.
    O SNS está tanto em suporte de vida que chegamos ao ponto que deixam mãe e filho morrerem nas urgências de um hospital. Em que uma mulher vá para fazer uma cirurgia ao seio esquerdo e removem o direito. Em que uma jovem com pedras na vesícula morre porque no que devia ser um procedimento simples furam-lhe o intestino.
    E em que os portugueses quase todos os dias tenham que tentar sobreviver neste SNS mais propenso a deixar as pessoas morrerem ou causar essas mesmas mortes, do que salvar vidas.
    Disso Pizarro nada quer saber.
    Preferindo dar prioridade a quem é completamente irresponsável, e que criam a própria situação em que se colocam.

    Este país está ao nível dos de terceiro mundo.

  2. Quando votei a favor da despenalização do aborto, não votei para que ele fosse feito de forma gratuita no SNS.
    Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa.

  3. Abortar , risca de virar a novo método de contraceção caracterizado por a gratuitidade do acto ! . É no entanto , compreensível que assim seja en situações bem particulares ( agressões sexuais , malformações congénitas graves ) ……..Todo um programa !

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