Transmissão por contacto com superfícies ou transmissão via aérea através de partículas? Cientistas sugerem qual é a forma mais provável de ser infetado com o novo coronavírus.
Em março, ainda nos estágios iniciais da pandemia de covid-19, o médico norte-americano Jeffrey VanWingen divulgou um vídeo no YouTube, no qual aconselhava as pessoas deixar as compras de supermercado ao ar livre durante três dias, borrifar desinfetante em cada produto e mergulhar frutas em água com sabão. O objetivo de todo este processo era desinfetar os produtos que potencialmente poderiam carregar o novo coronavírus.
Agora que temos mais conhecimento sobre a doença, sabemos que alguma das dicas de VanWingen são desnecessárias e até mesmo perigosas. De momento, os cientistas dizem que o maior risco de infeção vem da inalação do que outra pessoa infetada está a exalar. Usar uma máscara parece a solução mais prática e segura.
A teoria de que o novo coronavírus se podia espalhar ao entrar em contacto com objetos que carregam o vírus não é descabida. Afinal de contas, é assim que cientistas e epidemiologistas acreditam que a maioria das doenças respiratórias se espalha, escreve o portal Elemental. É por isso que devemos lavar as mãos antes de comer ou preparar comida, por exemplo.
Novos estudos sugeriram que o Sars-COV-2 sobrevivia 24 horas em cartão e 72 horas em plástico. Como tal, recomendou-se a lavagem e higienização das mãos como a primeira linha de defesa.
O professor de microbiologia e bioquímica da Universidade Rutgers, Emanuel Goldman, diz que as recomendações foram feitas com base nas experiências erradas.
“Eles começaram com uma quantidade enorme e totalmente irreal de vírus no início da experiência, e então, com certeza, encontraram o vírus no final. Mas eles começaram com muito mais do que você jamais encontraria na vida real”, explica Goldman.
“Você teria que ter 100 pessoas a tossir e espirrar numa pequena área da superfície para obter a quantidade de vírus que foi usada nos estudos que relataram a sobrevivência do vírus nas superfícies”, acrescenta.
Um outro estudo sugere que o vírus vai morrendo aos poucos, em que a cada seis horas, 50% do vírus enfraquece e torna-se inativo ou não infeccioso.
Em maio, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças adiantou que a infeção através do contacto com superfícies não era significativo. Em contrapartida, o contacto com partículas de mucosa e saliva no ar era a principal causa.
Quando expelimos ar, seja a espirrar, tossir ou até a respirar, pequenos pedaços de saliva são expelidos. Enquanto as partículas mais pesadas caem rapidamente ao chão, as mais leves ficam no ar durante mais tempo. Estar em contacto próximo com alguém aumenta o risco de ficar exposto às pequenas partículas que estão a ser expelidas.
Muitos cientistas pensam que é assim que a maioria das pessoas é infetada com o coronavírus.
“Não é que [a disseminação através da superfície] não possa acontecer, é apenas que a probabilidade é menor do que se alguém estivesse realmente à sua frente, a respirar o vírus vivo nas gotículas em você”, diz Nahid Bhadelia, médica de doenças infecciosas e professora da Escola de Medicina da Universidade de Boston. “Este é um inóculo muito maior, é muito mais provável que haja muito mais vírus vivo nele, por isso é um risco maior”.
Coronavírus / Covid-19
-
20 Outubro, 2024 Descobertas mais provas de que a COVID longa é uma lesão cerebral
-
6 Outubro, 2024 A COVID-19 pode proteger-nos… da gripe
E vem daí o problema daquela nova mania de tocar cotovelos ou braços ou punhos. É tão bom como cumprimentar à moda antiga, apertando as mãos. Nem mais nem menos. E a razão é que temos que nos aproximar um do outro para tocar os cotovelos, por exemplo. Mas no entanto é isso que se vê por toda a parte!
Também se vê por toda a parte, as pessoas com as máscaras nos queixos, nas mãos, nos braços (cotovelo inclusive), mas a tapar a boca / nariz… raramente vejo…
seja a respirar, tossir ou até a respirar,
Caro ZAP, no antepenúltimo parágrafo lê-se “Quando expelimos ar, seja a respirar, tossir ou até a respirar…”.
Penso que um “respirar” seria “espirrar” que queriam escrever.
Caro leitor,
Obrigado pelo reparo, está corrigido.
Caro José Raul, na última linha do seu comentário lê-se: “penso que um “respirar”…”
Penso que em “um” seria “em” que queria escrever.
Caro leitor,
O que o leitor José Raul queria dizer, e bem, era mesmo “um” (dos dois) respirar, que era de facto espirrar.
Este artigo vem ao encontro com o que eu pensava daí sempre criticar o uso de máscaras com válvula, servem para infectar os outros, caso o utilizador destas esteja infectado. Também as viseiras são protecções perigosas por se encontrarem abertas, o vírus não viaja apenas em linha recta, mas isso é coisa que os nossos legisladores não entendem, nem eles nem a PSP nem os seguidores da moda…
Esta notícia não vai mudar nada se a lei não for corrigida e combater, pelo menos, estas duas falhas.
É a minha opinião.