Paul Manafort, o antigo diretor da campanha eleitoral de Donald Trump que foi considerado culpado de oito crimes em agosto passado, foi condenado esta quinta-feira a quase quatro anos de prisão.
Paul Manafort, antigo diretor de campanha do presidente Donald Trump, foi sentenciado na passada quinta-feira por um tribunal da Virgínia, nos Estados Unidos, a quase quatro anos de prisão por acusações de fraude bancária e fiscal. Manafort enfrenta uma outra sentença no próximo dia 13 por lobismo ilega.
Manafort, que completa 70 anos em abril, recebeu uma sentença muito inferior às recomendações do Departamento de Justiça norte-americano, que pediu ao juiz uma pena entre 19 e 24 anos de prisão para o ex-lobista.
Em agosto do ano passado, Manafort tinha sido condenado por um júri da Virgínia num processo que correu em Alexandria, cidade deste estado do leste americano, e que atraiu muita atenção mediática.
Numa das audiências, o ex-assessor de Trump apareceu sentado numa cadeira de rodas e vestindo roupas de presidiário. Os seus advogados explicaram que Manafort sofre de gota e que está atormentado por “remorso”, pedindo clemência no processo.
A condenação de Manafort não está relacionada com as atividades que desempenhou como diretor da campanha presidencial de Donald Trump, embora tenha resultado da investigação sobre as suspeitas de conluio russo, liderada pelo procurador especial Robert Mueller.
Numa dura mensagem, o gabinete de Mueller enfatizou a seriedade dos crimes cometidos por Manafort e o facto de ele ter repetida e deliberadamente violado a lei, e pedindo uma sentença exemplar para o réu.
Manfort tem pendente um outro processo, esse sim relacionado com a investigação ao alegado conluio entre a campanha eleitoral de Trump e o Governo da Rússia durante as eleições presidenciais de 2016, por ter mentido aos investigadores depois de se ter disponibilizado para colaborar em troca de uma redução da pena.
Durante a investigação sobre a interferência da Rússia nas eleições de 2016, Mueller interessou-se pelo papel de Manafort, que liderou a campanha Trump por dois meses, e também tinha ligações com ucranianos ligados a Moscovo.
O ex-chefe do FBI descobriu provas de fraudes financeiras anteriores a 2016, entre elas a omissão de mais de 55 milhões de dólares distribuídos em mais de trinta contas.
Mueller também que demostrou que Manafort escondeu as suas atividades de consultoria para o ex-presidente ucraniano Viktor Ianukovich, apoiado por Moscovo, e para oligarcas russos sem informar as autoridades dos Estados Unidos, o que constitui uma infração às legislações sobre grupos de pressão.
Esta parte do processo é alvo de uma investigação separada cuja sentença será deliberada num tribunal federal de Washington, a ser conhecida a 13 de março.
Manafort aceitou declarar-se culpado e cooperar com Mueller na esperança de obter uma redução de pena, mas, segundo a justiça, ele não cumpriu com o prometido e continuou a mentir aos investigadores, em especial sobre os seus vínculos com um antigo sócio chamado Konstantin Kilimnik que, segundo os Estados Unidos, é suspeito de estar vinculado aos serviços de inteligência russos.
ZAP // Lusa
Diz-me com quem andas…