As 0,1% famílias mais ricas do país têm rendimentos brutos de cerca de 430 mil euros e residem em oito municípios. Mas em alguns destes concelhos, também moram os portugueses mais pobres, o que acentua a desigualdade económica.
Uma análise do Ministério das Finanças com base em dados do IRS de 2021 mostra que os 0,1% mais ricos de Portugal moram nos concelhos Lisboa, Oeiras, Cascais, Sintra, Porto, Vila Nova de Gaia, Matosinhos e Loulé.
Os dados são divulgados pelo Jornal de Negócios com base no estudo “Dashboard de Desigualdades de Rendimento e IRS” que foi divulgado pelo Gabinete de Estudos do Ministério das Finanças (GPEARI) em Janeiro passado, e que analisa as desigualdades de rendimentos declarados e englobados no IRS.
O estudo usa dados anónimos das notas de liquidação de IRS de 2021 que foram, portanto, entregues em 2022. Assim, a análise não inclui a riqueza em termos de património.
Mas quanto aos rendimentos, os agregados familiares que estão no leque dos 0,1% mais ricos declararam em 2021, em média, “rendimentos brutos de 429,6 mil euros – cerca de 30,6 mil euros por mês”, aponta o Negócios.
Trata-se de um aumento relativamente ao ano anterior. “Em 2020, os mais ricos detinham em média cerca de 399,9 mil euros brutos (18,6 mil euros por mês)”, destaca o mesmo jornal.
Lisboa concentra o maior número de famílias que estão no top dos 0,1% mais ricos, com 1.849 agregados. Seguem-se Porto (485 famílias), Cascais (456), Oeiras (293), Sintra (173), Loulé (124), Vila Nova de Gaia (120) e Matosinhos (100).
Estes agregados com rendimentos altos pagaram uma taxa efectiva de IRS de cerca de 42,36%, abaixo do valor de 48% que está definido, ao qual acresce a taxa de solidariedade de 2% (rendimentos entre 80 mil euros e 250 mil) ou de 5% (acima dos 250 mil euros). Isto aconteceu porque beneficiaram de deduções e de outros mecanismos que permitiram reduzir a taxa efectiva, conforme sublinha o Negócios.
Três concelhos do Algarve entre os mais pobres
Os dados do GPEARI mostram ainda onde vivem as famílias portuguesas com menores rendimentos, destacando-se, neste campo, o Algarve, a Madeira e o interior do país.
Na lista dos cinco concelhos mais pobres, aparecem três do Algarve – Lagos, Tavira e Lagoa. Surgem, depois, Valpaços (Vila Real) e a Calheta (Madeira).
Em Lagoa, 20,75% da população “está dentro do grupo das famílias 10% mais pobres do país”, com rendimentos de cerca de 1.800 euros anuais, como analisa o Negócios.
De notar ainda que alguns dos concelhos que têm uma grande concentração de riqueza têm também muita população pobre num reflexo da grande desigualdade existente. É o caso de Loulé que tem um dos coeficientes de desigualdade mais elevado do país, com 0,53, como cita o referido jornal.
Esta realidade também é visível em Lisboa e no Porto, onde esse coeficiente de desigualdade está nos 0,57 e 0,54, também entre os mais altos do país.
Porquê , a Foto que ilustra o Artigo , não diz respeito a Portugal ? …….. Será que não temos exemplos Nacionais ?
Caro leitor,
As nossas desculpas, mas não estamos a conseguir perceber exatamente qual é a importância que tem a foto genérica que ilustra este artigo ser nacional ou não.
Imaginando que a tenha, se tiver a gentileza de nos indicar uma foto melhor, nacional, cujos direitos de publicação tenhamos, teremos todo o gosto em trocá-la.
Foi só un reparo , mas de certeza que não teriam dificuldade en obter ilustração adequada a Sociedade Portuguesa . Mas de forma nenhuma põe en causa a excelência das vossas Publicações . Bem haja !