Arranque do novo ano letivo é marcado pela pandemia da covid-19, que obriga a uma testagem massiva da comunidade escolar — apesar da vacinação—, mas também por uma greve dos professores e funcionários escolares.
Cerca de 1,2 milhões de alunos do ensino obrigatório começam esta semana mais um ano letivo, que contará com um plano de recuperação de aprendizagens ainda em ambiente pandémico e sob apertadas regras de controlo de contágio da covid-19. Entre terça e sexta-feira, começa o regresso às escolas que, segundo diretores e professores, será mais complicado do que os anteriores, uma vez que se espera que muitos alunos comecem as aulas sem todos os professores atribuídos.
As escolas nas zonas de Lisboa e Vale do Tejo e do Algarve são as mais afetadas pelas baixas médicas e reformas — este ano já se aposentaram quase 1.600 professores — que fazem com que faltem docentes. No entanto, quando os alunos chegarem às escolas, o ambiente será semelhante ao do ano passado: Há corredores de circulação, higienização regular das mãos e dos espaços e os alunos continuam a poder estar apenas com os colegas da sua “bolha”.
A partir do 2.º ciclo, a máscara é de uso obrigatório para todos os que atravessam os portões da escola, enquanto para os do 1.º ciclo a sua utilização é apenas recomendada, tal como já acontecia desde meados do passado ano letivo. Os bares e as máquinas de venda automática poderão ser uma das poucas mudanças visíveis para os alunos, já que passou a ser proibida a venda de alimentos prejudiciais à saúde, como folhados, batatas fritas, refrigerantes, chocolates ou bolas de Berlim.
As cantinas das escolas começam esta semana a ser alvo de ações de fiscalização para garantir a qualidade das refeições fornecidas aos alunos, revelou o ministro da Educação, anunciando um novo plano de controlo de qualidade.
Nas salas de aula, outra das novidades será o arranque do Plano 21/23 Escola +, que tem como objetivo que os alunos consigam recuperar as aprendizagens perdidas durante os confinamentos forçados pela pandemia de covid-19.
As aulas começam com uma greve de professores e de pessoal não docente, convocada pelo Sindicato de Todos os Professores (STOP) contra o processo de municipalização da Educação mas também pela melhoria das condições de trabalho e contra a precariedade. O protesto é também contra a avaliação com quotas, a idade da reforma, a falta de subsídios de transporte e alojamento, os salários e os concursos de professores, que os sindicatos classificam como injustos.
Este será também o ano em que Ministério da Educação e sindicatos iniciam negociações para rever as normas dos concursos de colocação de professores.
Tal como aconteceu há cerca de um ano, também agora professores, funcionários e alguns alunos voltam a ser testados contra a covid-19: Os testes começaram há uma semana com os trabalhadores e, em 20 de setembro, começam os alunos a partir do 3.º ciclo. Este ano, milhares de jovens entre os 12 e os 17 anos já estão vacinados contra o coronavirus SARS-Cov-2 e há uma maior flexibilidade nos isolamentos quando surgem casos positivos de covid-19.
A Direção-Geral da Saúde alterou as regras de isolamento profilático das turmas quando surge um caso positivo, acabando com a obrigatoriedade de turmas inteiras ficarem em casa durante duas semanas: Os alunos de contactos de baixo risco ou que testem negativo devem regressar à escola.