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Mais de dois milhões de cheques-dentista desperdiçados nos últimos 12 anos. DGS promete auditoria

Desde 2008, foram emitidos sete milhões de cheques-dentista, mas dois milhões foram desperdiçados e nunca chegaram a ser utilizados.

De acordo com o Jornal de Notícias, que avança a notícia esta segunda-feira, a taxa de utilização do cheque-dentista em 2020 — emitido, nesse ano, 554.504 vezes — foi de 70%, um número que tem vindo a cair sucessivamente desde 2016.

Desde 2008, ou seja, nos últimos 12 anos, só cinco dos sete milhões de cheques emitidos chegaram a ser utilizados, segundos dados do Portal da Transparência do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Há vários motivos para esta situação. Um deles prende-se com o desconhecimento do público sobre um programa criado para assegurar acesso gratuito a cuidados de medicina dentária, pagando os atos previstos por um dos mais de seis mil médicos aderentes ao programa por todo o país.

Este programa destina-se a crianças e jovens dos 7 aos 18 anos que frequentem o ensino público ou IPSS, grávidas seguidas no SNS, beneficiários do complemento solidário, utentes com HIV/SIDA e lesão suspeita de ser cancro oral. O JN adianta ainda que será alargado até aos quatro anos e a alunos também do ensino particular e cooperativo

A Direção-Geral da Saúde (DGS) prometeu uma auditoria ao programa ainda este ano, com o objetivo de confirmar que todos os tratamentos pagos pelo cheque-dentista foram efetivamente realizados.

Já a Ordem dos Dentistas pede uma reformulação do programa e uma auditoria mais ambiciosa. O bastonário da Ordem dos Dentistas, Miguel Pavão, defende que o programa devia apostar mais na prevenção do que o tratamento e rever valores, uma vez que os preços não são atualizados desde a troika, altura em que passou dos 40 para os 35 euros.

Maria Campos, ZAP //

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