Grupo paralimitar responsável pela ameaça a guerra civil na Rússia em maio afirma ter “planos ambiciosos” para libertar o país do regime de Vladimir Putin.
“Temos planos ambiciosos. Queremos libertar todo o nosso território.” Quem o garante é o próprio comandante da Legião da Liberdade da Rússia, organização anti-Kremlin que, depois da ameaça de guerra civil que despoletou em Belgorod, no passado mês de maio, prepara outro ataque fronteiriço na Rússia.
Após o motim liderado por Yevgeny Prigozhin ter falhado, o grupo paramilitar diz que “vai haver nova surpresa algures no próximo mês”, segundo conta um porta-voz da Legião ao Observer. “Será a nossa terceira operação. Depois disso, haverá uma quarta, e quinta”, ameaçou, citando o The Guardian.
A Legião da Liberdade da Rússia relata que, a 23 de maio, atacou Belgorod, uma região a 40 quilómetros da fronteira com a Ucrânia. “É hora de acabar com a ditadura do Kremlin. A Rússia será livre!” — disse a Legião da Liberdade, sublinhando que havia “libertado” uma aldeia.
“Libertámos completamente a aldeia Kozynka, região de Belgorod. Unidades avançadas entraram em Graivoron. Estamos a seguir em frente. A Rússia será livre! Pela Rússia! Pela liberdade!”, evocou o grupo.
“Somos os mesmos russos que vocês. Apenas nos diferenciamos pelo facto de não querermos justificar as ações dos criminosos no poder e pegar em armas para defender a nossa liberdade”. É assim que o grupo — que durante estes ataques capturou 10 russos e perdeu dois membros — se descreve.
O porta-voz da Legião acrescenta que a milícia só pode ter sucesso com o apoio de Kiev, mas lembra que em território russo é a organização quem toma as decisões. Defende-se ainda das declarações do Kremlin relativamente à rebelião de maio, alegadamente “esmagada” pelas forças armadas russas, que mataram 70 invasores, segundo o Ministério de Defesa da Rússia.
“Eles vestiram cadáveres em uniformes ucranianos e puseram-nos na TV. Os nossos [uniformes] são diferentes. Foi tudo uma mentira idiota”, disse.
Segundo Caesar, os membros da legião vão desde simpatizantes de direita a esquerdistas, mas também é constituída por apoiantes Alexei Navalny, líder da oposição russa envenenado pela agência FSB, que de momento se encontra preso, doente e sem assistência médica, alegadamente vítima de “violência psicológica”.