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A maioria das novas contratações no setor privado é precária

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maxnathans / Flickr

Dos 125 mil trabalhadores contratados pelo sector privado em 2017, mais de 90 mil assinaram contratos com vínculo não duradouro – 71.190 contratos a termo certo e pouco mais de 19 mil a termo incerto -, de acordo com os últimos dados dados da Segurança Social.

Os dados, avançados nesta quarta-feira pelo Correio da Manhã, dão conta que, no final do ano passado, o número de trabalhadores precários em Portugal atingia já os 950 mil.

Ao nível nacional, o universo dos trabalhadores por conta de outrem ultrapassou em 2017 os 2,7 milhões de pessoas, das quais 1,8 milhões com contratos sem termo, ou seja, cerca de 65% do total.

Comparativamente a 2016, o maior aumento no recrutamento verificou-se nos contratos a termo, que subiram mais de 10%, apontam os quadros de Pessoal divulgados pelo Gabinete de Estratégia e Planeamento da Segurança Social.

No que respeita ao crescimento dos salários, o mesmo documento revela que os trabalhadores por conta de outrem ganharam em 2017 em média 1133,34 euros, ou seja, mais 25,48 euros do que em 2016.

Os dados evidenciam ainda que se mantém a discrepância entre as remunerações de homens e mulheres com os primeiros a receberem em média mais 226 euros mensais do que as mulheres. De acordo com os números, os homens ganham em média 1236,85 euros e as trabalhadoras 1011,02 euros.

No que toca à duração de trabalho, há 141 192 mulheres a tempo parcial, mais do dobro dos homens, que rondam os 65 mil. Em termos globais, trabalham a tempo completo 2,4 milhões de pessoas.

ZAP //

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  1. Citando: “Os dados evidenciam ainda que se mantém a discrepância entre as remunerações de homens e mulheres com os primeiros a receberem em média mais 226 euros mensais do que as mulheres. De acordo com os números, os homens ganham em média 1236,85 euros e as trabalhadoras 1011,02 euros.”

    Comentando: Estes dados, alegadamente publicados pela Segurança Social e avançados pelo CM, sofrem de um problema crónico de desinformação, e propaganda ideológica subjacente à chamada Terceira Vaga de Feminismo (#meetoo, #Timesaup e afins). Segundo estes dados, as mulheres EM MÉDIA recebem 81 cêntimos por cada euro que os homens recebem (19% menos salário do que os homens).

    Se isto assim fosse realmente, e tendo em conta o quanto os salários pesam nos custos produtivos das empresas, era fácil: Todas as empresas iríam preferir contratar só mulheres. Mas segundo as próprias feministas passa-se exactamente o contrário… Porque será? Das duas, uma: Ou as empresas não querem ter lucro, ou são péssimas em aritmética. Ora acontece que nem uma coisa nem outra… Quem é péssima em aritmética são as feministas, celebridades e políticos que disseminam este mito das diferenças salariais de género.

    Estes números são obtidos comparando o salário MÉDIO masculino com o salário MÉDIO feminino. Não levam em conta diferenças em a) ocupação, b) posição hierárquica, c) formação académica e d) número de horas semanais. Quando todos estes factores são levados em conta na comparação, tudo muda e torna-se evidente que as diferenças de salário têm muito mais a ver com opções pessoais académicas e escolhas de carreira, do que com discrepâncias de género.

    Se compararmos as saídas universitárias de homens e mulheres concluimos que:

    1) engenharias química, aeroespacial, informática, matemáticas aplicadas, etc… Têm muito mais homens. 2) Farmácia, artes, ciências sociais, educação infantil e farmácia têm mais mulheres.

    Ora, toda a gente sabe que os cursos de tipo 1) dão acesso a profissões muito mais bem pagas do que os de tipo 2). Mesmo em Medicina, onde há uma proporção equilibrada homens/mulheres, as mulheres tendem a escolher especialidades menos bem pagas como pediatria ou médico generalista, e os homens tendem a predominar emespecialidades como cardiologia, ortopedia ou anestesiologia (mais bem pagas). De quem é a culpa destas escolhas? Só falta dizer que é da “pressão” cultural.

    Depois em trabalhos pesados e perigosos, como obras de arranha-céus ou plataformas petrolíferas, os homens predominam totalmente em relação às mulheres. Mas é o sistema que é injusto se as mulheres não estão para desempenhar profissões de alto risco (bem pagas)? Será aqui também a pressão cultural (mulheres e crianças primeiro)?.. Há sempre uma desculpa, não é? Mas a verdade é que são opções individuais.

    Finalmente, estes números nem levam em conta que certas empresas pagam melhor que outras para o mesmo trabalho. Até dois homenscom a mesma profissão podem ter salários bem diferentres em empresas diferentes. Por isso, por favor… Poupem-me à falsa vitimização da mulher, porque o mundo real diz coisas diferentes dos números.

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