Os quatro maiores bancos nacionais fecharam a porta ao pedido de ajuda da empresa de vestuário, uma vez que não tinha garantias públicas.
A empresa de vestuário Dielmar, com sede em Alcains, Castelo Branco, pediu a insolvência ao fim de 56 anos de atividade, pondo em risco cerca de 300 trabalhadores. Segundo o jornal Público, uma das últimas tentativas para evitar a liquidação foi pedir ajuda à banca, mas os quatro maiores bancos portugueses recusaram.
Novo Banco, Millennium BCP, Caixa Geral de Depósitos e Santander foram todos contactados pela empresa, mas nenhum acedeu ao pedido de ajuda, uma vez que a empresa não tinha garantias públicas.
De acordo com o matutino, em 2020, a Dielmar viu-se afastada dos apoios das linhas covid criadas pelo Governo, pois o seu capital próprio já era inferior a metade do capital social. Esta violação do artigo 35 do Código das Sociedades Comerciais colocou-a numa situação de empresa em dificuldade, o que, pelas regras europeias, impediu que fosse ajudada pelo Estado.
O Governo tentou encontrar investidores que estivessem interessados na empresa, mas o “elevado endividamento” e a sua gestão “muito pouco clara” não permitiram encontrar uma solução, afirmou, esta segunda-feira, o ministro da Economia, Pedro Siza Vieira.
O governante esclareceu ainda que o Estado não tenciona investir mais dinheiro na Dielmar e foi mesmo mais longe ao dizer que esta empresa “não tem salvação”, lembrando que apresenta resultados negativos há mais de dez anos, inclusive em 2019, antes da pandemia.
“Mais de oito milhões de euros públicos já estão a apoiar a empresa e, portanto, não vale a pena meter dinheiro bom, dinheiro fresco, em cima de uma empresa que, neste momento, não tem salvação“, declarou.
Siza Vieira realçou, no entanto, que o Executivo está empenhado em assegurar “novos destinos” para os ativos da empresa, nomeadamente para os 300 trabalhadores.