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A maior parte dos produtos de maquilhagem está contaminada com superbactérias perigosas

Nove em cada 10 produtos cosméticos atualmente em uso estão contaminados com superbactérias potencialmente prejudiciais, incluindo E. coli e Staphylococci. Beauty blender, rímel e brilho labial são os produtos que contêm os mais altos níveis de bactérias.

De acordo com investigadores da Universidade de Aston, no Reino Unido, estas bactérias podem causar doenças graves – desde infeções de pele e conjuntivite até envenenamento do sangue – se tiverem acesso ao corpo através dos olhos, boca ou quaisquer feridas na pele do rosto. Segundo o estudo publicado em outubro na revista científica Journal of Applied Microbiology, este risco é amplificado em indivíduos com sistema imunológico comprometido.

Para chegar às suas descobertas, os cientistas estudaram a contaminação microbiana de quase 470 produtos cosméticos que foram usados ​​por um consumidor, incluindo batom, brilho labial, delineador, rímel e beauty blender.

Os resultados revelaram que entre 79 e 90% dos produtos usados estavam contaminados com as bactérias Staphylococci, E. coli e C. freundii. Enquanto isso, também foram encontrados Enterobacteriaceae e diferentes tipos de fungos em mais de um quarto dos produtos. No entanto, o estudo não determinou com que frequência a exposição às bactérias resultou numa infeção.

Os beauty blenders, que parecem esponjas, são o habitat ideal para o crescimento de bactérias, uma vez que são utilizados para aplicar produtos como base líquida e são geralmente deixados húmidos após o uso. Assim, segundo os resultados, eram os produtos que continham os níveis mais altos de bactérias.

Os altos níveis de bactérias devem-se, em grande parte, na falta de limpeza regular dos produtos ou por serem usados fora da data de validade: 93% nunca foram limpos e 64% caíram ao chão em algum momento.

“As más práticas de higiene dos consumidores quando se trata de usar maquilhagem, especialmente beauty blenders, são muito preocupantes quando consideramos que encontramos bactérias como a E.coli – que está relacionada com a contaminação fecal – a reproduzir-se nos produtos que testamos” disse Amreen Bashir, autor do estudo, em comunicado.

Além disso, nas lojas, os beauty blenders são, segundo os investigadores, uma rota para contaminação e infecção. Os produtos não são limpos regularmente e estão expostos ao meio ambiente, sendo que as pessoas podem tocar e experimentar o produto.

“É preciso fazer mais para ajudar a educar os consumidores e a indústria de maquilhagem como um todo sobre a necessidade de lavar os produtos regularmente e secá-los completamente, bem como os riscos de usar a maquilhagem além do prazo de validade”, explicou Bashir.

Este é o primeiro estudo a analisar os beauty blenders, que têm sido cada vez mais populares nos últimos anos. Em 2016, de acordo com o IFLScience, foram vendidos mais de 6,5 milhões beauty blenders em todo o mundo. Os cientistas concluem que quem usa maquilhagem pode estar a colocar-se em risco sem saber.

ZAP //

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