Maior manifestação de sempre: 20 mil polícias no Porto – e viajaram das ilhas ou do Sudão

Estela Silva / EPA

“Os polícias não se manifestam e são muito tolerantes ao sacrifício. Quando se manifestam é porque há uma causa muito justa”.

Mais de 20 mil polícias participaram nesta quarta-feira na manifestação do Porto promovida pela plataforma de sindicatos da PSP e associações da GNR, anunciou a organização na Avenida dos Aliados, afirmando que foi a maior de sempre.

A multidão que ocupou metade da avenida na baixa portuense, arrancou cerca das 18:20 do Comando Metropolitano do Porto da PSP para cumprir um percurso que acabou estendido da Rua 31 de janeiro até aos Aliados, onde foi preciso esperar cerca de meia hora até a coluna acabar de chegar.

A meio da manifestação chegou a informação de que, pela primeira vez em manifestações do género, integravam a coluna oficiais da Guarda, situação confirmada à Lusa pelo presidente da Associação dos Profissionais da Guarda, César Nogueira.

Mas não vieram só da Guarda. Havia polícias que viajaram de Lisboa, Algarve, ilhas e até mesmo um que esteve em missão no Sudão do Sul, recolheu a RTP.

Bruno Pereira, presidente do Sindicato Nacional de Oficiais de Polícia, justificou o protesto: “Os polícias, normalmente, não se manifestam e são muito tolerantes ao sacrifício. Vão aguentando. E, normalmente, quando se manifestam é porque há uma causa muito justa“.

Rui Moreira, um agente da Polícia de Segurança Pública, deixou uma lista de problemas: “Os polícias estão a entrar em burnout. Já encostaram os carros de patrulha que andavam presos por arames e recusam andar com coletes fora da validade”.

Também o bispo do Porto, Manuel Linda, apareceu no meio do protesto. Deu os parabéns “por aquilo que fazem” e desejou que alcancem os seus objetivos.

E avisam que, se as exigências não forem cumpridas, os protestos vão chegar a outros patamares.

José Luís Carneiro disse, horas antes, que respeita e reconhece o direito ao protesto mas o ministro da Administração Interna deixou um aviso: “procurem estar muito atentos a tentativas de instrumentalização” dessas manifestações.

A desmobilização aconteceu depois das 20:00, após a multidão guardar um minuto de silêncio pelos “colegas e camaradas que tombaram no exercício da profissão” e cantarem o hino nacional empunhando a carteiras profissionais.

Os elementos das forças de segurança exigem o pagamento de um suplemento de missão, tal como tem a Polícia Judiciária.

ZAP // Lusa

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