Maior edição de sempre do Festival de Cinema Queer Lisboa vai chegar ao Porto

DR New Line Cinema

Polyester (1981), de John Waters

O Queer Lisboa – Festival Internacional de Cinema Queer vai exibir, a partir de 19 de setembro, 135 filmes de 38 países, a maior edição de sempre, segundo a organização, que estenderá o certame ao Porto, pela primeira vez.

A programação completa da 18.ª edição foi hoje divulgada, numa conferência de imprensa, em Lisboa, por João Ferreira, diretor do festival, que considera a mostra de cinema queer deste ano “um ponto de viragem”, com “mais um salto qualitativo”.

Uma das novidades desta edição é o alargamento do festival ao Porto, a 03 e 04 de outubro, na Casa das Artes, numa colaboração do Queer Lisboa com o Cineclube do Porto e a Direcção Regional de Cultura do Norte.

Uma retrospetiva da primeira fase da obra do realizador norte-americano John Waters, a filmografia completa do britânico Ron Peck, um programa especial sobre o cinema queer africano e a estreia de alguns filmes estrangeiros são outros dos destaques desta 18.ª edição.

Figura de culto do universo “queer-trash”, o norte-americano John Waters estará em foco num programa que recupera cinco títulos de referência da primeira fase da sua filmografia, a serem exibidos na Cinemateca Portuguesa.

Entre os títulos desta retrospetiva conta-se “Polyester” (1981), filme em cuja estreia foram distribuídos, entre os espectadores, “cartões-raspadinha” que replicavam alguns dos odores menos convencionais do filme.

A experiência vai ser recuperada pelo Festival Queer Lisboa, distribuindo o cartão “Odorama” entre o público.

Programa

Está prevista a estreia nacional de títulos como “Party girl”, de Marie Amachoukeli, Claire Burger e Samuel Theis (França), vencedor da Câmara de Ouro do festival de Cannes deste ano, e de “Xenia“, de Panos H. Koutras (Grécia).

Estes filmes irão competir pela melhor longa-metragem com, entre outros, “Something must break”, de Ester Martin Bergsmark (Suécia), que conquistou um dos Hivos Tiger Awards, no Festival de Cinema de Roterdão.

O júri da 18.ª edição do Queer Lisboa, nas longas-metragens, será composto pelo realizador Manuel Mozos, o programador do British Film Institute Michael Blyth e a diretora do Mix Copenhagen, Lene Thomsen Andino.

A programadora Ana Isabel Strindberg, o performer Miguel Bonneville e o ensaísta Martin P. Botha constituem o júri da competição de documentários.

O realizador André Godinho, a produtora Joana Ferreira e o jornalista britânico Ben Walters são o júri da competição das curtas-metragens.

Fernando Vendrell, Joana de Verona e o diretor do Curtas Vila do Conde, Nuno Rodrigues, compõem o júri da competição de filmes europeus de escola.

Este ano, a secção Queer Focus é dedicada ao continente africano – numa parceria com a plataforma Africa.Cont – reunindo uma filmografia de produção exclusivamente africana que revela questões políticas e culturais do continente, assim como as formas como o seu cinema tem lidado com as questões ligadas à sexualidade e ao género.

Este programa decorrerá na Cinemateca Portuguesa que, entre 20 e 27 de setembro, será palco também de exposições da egípcia Amanda Kerdahi e do franco-argelino Kader Attia.

Os clássicos “Touki Bouki”, realizado por Djibril Diop Mambety (Senegal), em 1973, cujo restauro digital Martin Scorsese supervisionou, e “Appunti per un´Orestiade Africana”, do italiano Pier Paolo Pasolini (Itália, Marrocos), assim como “2 Men and a Wedding”, da sul-africana Sara Blecher, são alguns dos filmes programados.

Hoje eu quero voltar sozinho“, de Daniel Ribeiro, e “Flores raras“, de Bruno Barreto, ambos do Brasil, serão os filmes de abertura e de encerramento do festival, a 19 e a 27 de setembro, em Lisboa.

/Lusa

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