O Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, instou esta quarta-feira o autoproclamado Presidente interino do país, Juan Guaidó, a convocar eleições presidenciais antecipadas, sublinhando estar seguro que o derrotaria.
“Por aqui há um palhaço que diz ser Presidente interino. A primeira coisa que deve fazer um Presidente interino é convocar eleições. Porque não convoca eleições, para o derrotar já com os votos do povo”, questionou. Nicolás Maduro falava em Caracas, durante um ato de graduação de 1.469 médicos.
“Convoque eleições, senhor autoproclamado, senhor palhaço”, reforçou Maduro.
Segundo Maduro, “a Venezuela está no epicentro geopolítico mundial, entre a disputa de uma visão imperial unipolar agressiva, do império ‘gringo’ [americano] e a visão democrática multipolar de convivência, harmonia e de diálogo dos povos do mundo”.
Por outro lado, voltou a insistir que o seu homólogo norte-americano, Donald Trump, tem um plano para “apoderar-se dos recursos e das riquezas minerais venezuelanas”.
Segundo Nicolás Maduro, “a Venezuela está hoje no epicentro geopolítico mundial, entre a disputa de uma visão imperial unipolar agressiva, do império ‘gringo’ [estrangeiro] e a visão democrática multipolar de convivência, harmonia e de diálogo dos povos do mundo”.
No entanto, advertiu que se a Venezuela fosse invadida pelos Estados Unidos, não apenas os venezuelanos “levantariam as armas” para a defender, como também os povos asiáticos, árabes, das Caraíbas e da América Latina.
“Se a Venezuela for agredida militarmente pelo império dos EUA, os povos do mundo se levantarão e lutarão, junto com a Venezuela, em todos os territórios”, disse.
A realização de eleições presidenciais antecipadas é uma das promessas do autoproclamado Presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, que acusa Nicolás Maduro de estar a usurpar o poder. A oposição não reconhece o resultado das eleições presidenciais de maio de 2018, que diz terem sido irregulares e sem condições de transparência. Questiona ainda a alegada “simpatia” política das autoridades do Conselho Nacional Eleitoral, cujo período legal no cargo está vencido.
Juan Guaidó é reconhecido como Presidente interino da Venezuela por mais de meia centena de países, entre eles os EUA e a União Europeia, incluindo Portugal.
Fronteiras fechadas e militares juram fidelidade “inflexível” a Maduro
Nesta quarta-feira a Venezuela encerrou, por tempo indeterminado, as comunicações aéreas e marítimas com as ilhas caribenhas de Aruba, Bonaire e Curaçau. A decisão, segundo a imprensa, foi anunciada pelo vice-almirante Vladimir Quintero Martínez, chefe da Zona Operacional de Defesa Integral em Falcón, no noroeste da Venezuela.
O encerramento tem lugar depois de ter sido divulgada a existência de um centro de acolhimento de ajuda humanitária internacional, na ilha de Curaçau, que aguarda autorização para entrar na Venezuela, mas que o Governo venezuelano rejeita.
“De maneira simultânea, a decisão paralisou os voos e as partidas (de barcos) para as ilhas de Curaçau, Aruba e Bonaire, situadas em frente das costas do Estado venezuelano de Falcón, a noroeste do país”, explica o portal NotiFalcón, citando o vice-almirante.
No dia de ontem, o exército venezuelano disse estar em “alerta” para qualquer violação das fronteiras do país e reafirmou a sua lealdade “inflexível” a Maduro, depois das ameaças do presidente norte-americano, Donald Trump.
“O exército continuará instalado e alerta ao longo das fronteiras, de forma a impedir qualquer violação da integridade do território. Reafirmamos a nossa obediência, submissão e firme lealdade ao Presidente, o Comandante Supremo, Nicolás Maduro”, afirmou o ministro da Defesa, Vladimir Padrino, na presença das altas patentes militares.
ZAP // Lusa