O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou nesta terça-feira que há uma “campanha de inquisição” contra os venezuelanos, comparando a situação à perseguição dos judeus liderada pelo ditador Adolf Hitler.
De acordo com Maduro, países como Brasil, Colômbia, Panamá, Argentina, Equador e Peru fazem parte desta alegada campanha contra o povo venezuelano.
“As oligarquias mediáticas destes países iniciaram uma campanha de inquisição que eu comparo, e peço desculpas se alguém incomoda com esta comparação, com a perseguição de Hitler contra o povo judeu, que terminou com seis milhões de judeus mortos”.
Em entrevista coletiva, o Maduro disse que os venezuelanos que emigraram para Buenos Aires, Lima e Quito foram escravizados, enquanto que os foram para Roraima, Colômbia e Panamá têm sido perseguidos.
“Muitas das coisas que dizem sobre a Venezuela e sobre os venezuelanos nestes países, de forma inocente, foram ditas sobre os judeus: “os venezuelanos são culpados disto, daquilo, os venezuelanos são culpados de tudo“, exemplificou.
Para Maduro, na Colômbia está a ser feita uma “campanha diária” de xenofobia, ódio e desprezo contra os venezuelanos. O Presidente venezuelano culpou também as agências internacionais e as redes sociais pela “campanha” contra o seu país.
O governante venezuelano disse que todos os que falam de uma “crise migratória” citam a mesma fonte “não identificada” do Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), afirmando que esta é uma crise “criada”.
Dados divulgados pela ONU indicam que 2,3 milhões de venezuelanos fugiram do país natal desde 2014, devido à grave crise económica do país, rumo ao Brasil, Colômbia, Equador e Peru. O governo venezuelano negou esse êxodo e, segundo Maduro, estas são “campanhas de mentiras que têm um objetivo: interferir na Venezuela”.
Na semana passada, Maduro insistiu que está a ser alvo de uma campanha internacional enganadora que tem como propósito justificar uma intervenção militar e política.
O Presidente da Venezuela negou reiteradamente a crise do país, afirmando que há venezuelanos que se deixam seduzir por essa campanha e abandonam o país devido à crise económica, mas que emigram com as algibeiras “cheias de dólares”.
ZAP // EFE