A namorada do pai de Gabriel Cruz, principal suspeita do assassinato do menino de oito anos, confessou o crime e disse não ter tido cúmplices. O funeral da criança aconteceu, esta terça-feira, em Almería.
De acordo com a Cadena Ser, Ana Julia Quezada, a principal suspeita do assassinato de Gabriel Cruz, o menino de oito anos que estava desaparecido desde final de fevereiro, confessou o crime às autoridades durante um interrogatório na presença da sua advogada.
A mulher de 43 anos, de nacionalidade dominicana, admitiu que deu uma pancada na cabeça do menino com o cabo de um machado durante uma discussão, depois deste a agredir, e que, de seguida, o asfixiou. A autópsia ao corpo, encontrado no domingo na mala do carro da madrasta, já tinha concluído que a criança foi asfixiada.
Ana Julia garantiu que atuou sozinha, escondendo as roupas de Gabriel num aterro sanitário que já estava localizado pela polícia, e que é a única autora do crime. Fontes ligadas à investigação contaram ao El País que a mulher “respondeu a todas as perguntas e está a colaborar”.
O rapaz desapareceu quando saiu de casa da avó, onde estava a passar férias, para se dirigir à casa de outros familiares, a poucos metros de distância, em Las Hortichuelas, uma comunidade turística na cidade de Níjar.
As contradições nos testemunhos prestados pela namorada do pai da criança, Ángel David Cruz, já tinham levantado suspeitas. Tudo começou quando a mulher informou ter encontrado uma camisola de Gabriel num local onde já haviam sido feitas buscas. A peça de roupa estava limpa e seca, apesar de ter chovido nos dias anteriores.
Os investigadores responsáveis pelo caso decidiram então lançar o isco e a suspeita caiu. A equipa disse à madrasta que estavam muito próximos de encontrar o lugar onde estava o corpo, o que levou Ana Julia a ir ao local retirar o cadáver. Polícias à paisana conseguiram fotografá-la a retirar o corpo de uma vala, a envolvê-lo numa manta e a colocá-lo na mala do carro.
O funeral de Gabriel realizou-se, esta terça-feira, em Almería. O juiz do Tribunal de Instrução impediu a cremação do corpo para o caso de serem necessárias outras análises.
Com esta investigação, uma história do passado de Ana Julia veio à tona e levantou as suspeitas de que a mulher pode também ter assassinado a filha, em 1996. A menina, na altura com quatro anos, morreu ao cair da varanda do apartamento. As autoridades concluíram que se tinha tratado de um acidente. O caso foi agora reaberto.