Espanha em choque com assassinato de Gabriel Cruz

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Carlos Barba / EPA

Espanha chora Gabriel Cruz

O menino de oito anos estava desaparecido desde 27 de fevereiro. As autoridades espanholas encontraram o corpo, este domingo, na mala do carro da madrasta.

O corpo de Gabriel Cruz, que desapareceu a 27 de fevereiro, foi encontrado pela polícia, este domingo, na mala do automóvel da namorada do pai, Ana Julia Quezada. A informação foi divulgada pelo ministro do Interior espanhol, Juan Ignacio Zoido.

No momento da sua detenção, a mulher de 43 anos, de nacionalidade dominicana, gritou: “Não fui eu! Peguei no carro esta manhã!”, relataram testemunhas que estavam perto do local.

O menino de oito anos desapareceu quando saiu de casa da avó, onde estava a passar férias, para se dirigir à casa de outros familiares, a poucos metros de distância, em Las Hortichuelas, uma comunidade turística na cidade de Níjar.

Desde então, o caso foi amplamente divulgado no país e a descoberta do corpo, bem como as circunstâncias em torno da sua morte, chocaram Espanha. O primeiro-ministro, Mariano Rajoy, já lamentou este desfecho no Twitter. “Partilho com todos os espanhóis a dor pela perda de Gabriel. Descanse em paz”, escreveu.

Polícia já desconfiava de Quezada

Quezada foi parada pelas autoridades enquanto conduzia numa estrada perto de La Puebla de Vícar, a 43 quilómetros de Níjar, cidade no sudeste do país onde Gabriel desapareceu.

A polícia estava a investigar a mulher desde 3 de março. Nesse dia, Quezada informou às autoridades ter encontrado uma camisola de Gabriel num local onde já haviam sido feito buscas. A peça de roupa estava limpa e seca, apesar de ter chovido nos dias anteriores, o que gerou a desconfiança da polícia.

Segundo a imprensa local, os investigadores responsáveis pelo caso lançaram o isco e a suspeita caiu. A equipa disse à madrasta que estavam muito próximos de encontrar o lugar onde estava o corpo. Foi então que a namorada do pai do menino decidiu ir ao local retirar o cadáver. Polícias à paisana conseguiram fotografá-la a retirar o corpo de uma vala, a envolvê-lo numa manta e, de seguida, a colocá-lo na mala do carro.

Segundo o El País, citado pela BBC, a autópsia concluiu que o menino foi estrangulado.

Novas suspeitas

Com esta investigação, uma história do passado de Quezada veio à tona e levantou as suspeitas de que a mulher pode também ter assassinado a filha, em 1996.

A menina, que na altura tinha quatro anos, morreu ao cair da varanda do apartamento. As autoridades concluíram que se tinha tratado de um acidente. O caso foi agora reaberto. Quezada e o pai de Gabriel, Ángel David Cruz, namoravam há cerca de um ano e meio.

Chema Artero / EPA

Angel Cruz, pai do pequeno Gabriel, com a namorada, Ana Julia Quezada, durante uma manifestação em Almeria no dia 9 de março

O desfecho do caso está a causar muita indignação em Espanha já que, durante as buscas, a mulher deu várias entrevistas dizendo que o seu maior desejo era que Gabriel fosse encontrado são e salvo e até partilhou no Facebook uma fotografia da criança na qual pedia que os culpados a devolvessem.

A suspeita chegou a contar à imprensa que tinha ensinado o menino a desconfiar sempre de estranhos. “‘Se alguma vez vires um desconhecido, corre, não fiques parado‘, foi o que eu e a avó lhe ensinámos”, cita a BBC.

Primeiro suspeito

A primeira suspeita dos pais de Gabriel sobre quem poderia ter levado o menino recaíram sobre um homem acusado de assediar Patricia Ramirez, a mãe do menino.

O suspeito de assédio era alvo de restrições judiciais para evitar que chegasse perto dela. No dia do desaparecimento de Gabriel, o dispositivo eletrónico que usava para ser controlado emitiu um alerta. O suspeito foi detido para ser interrogado mas foi logo descartada a sua participação no desaparecimento da criança.

Esta segunda-feira, a progenitora quebrou o silêncio sobre a culpada pela morte do filho. Em declarações à Onda Cero, citada pelo Correio da Manhã, Patricia pediu que “não se fale mais” de Quezada e para “que não se alimente a raiva e se valorizem as boas pessoas”.

“Não quero que Ana Júlia apareça em sítio nenhum ou que se façam publicações nas redes sociais repletas de raiva”, disse. “O meu filho não era assim e eu não sou assim“.

“Que pague o que tenha que pagar na prisão, mas que o que resulte deste caso seja a fé e as boas ações praticadas por tanta gente e que fizeram sobressair o mais bonito das pessoas”, acrescentou.

ZAP // BBC

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13 Comments

    • Talvez pretendesses dizer “Parace que certos seres tem um propensão para assassinar crianças!…”

      Racismos não ajudam em nada e em todas as sociedades existem animais como ela.

      • Não há qualquer racismo até porque nas “Américas” há muitas raças (principalmente europeus, índios, africanos, asiáticos, etc)!
        Mas, tenho notado uma tendência em gentes das Américas, para assassinar crianças!…

      • Essa do racismo também já não pega porque uma coisa é certa, contra factos não há argumentos, faça-se um estudo sério para contabilizar a percentagem de criminosos em todas as áreas e em todas as raças e depois poderemos chegar de facto ao que é visível hoje mesmo, a diferença de números entre elas não sendo incólume nenhuma delas como é evidente.

        • Não te esqueças é de contabilizar as mortes dos genocídios, em vez de contabilizares só convenientemente as mortes nos meios sociais desfavorecidos. Talvez te surpreendas com as estatísticas raciais!..

        • Não te esqueças é de contabilizar as mortes dos genocídios, em vez de contabilizares só convenientemente as mortes nos meios sociais desfavorecidos. Talvez te surpreendas com as estatísticas raciais!..

      • Melhor; parece que certos palermas tem propensão para andar a colocar rótulos de ideologia politica em tudo que lhes aparece pela frente!…
        Não basta o futebol?!

        • Ai tanta graça, logo tu e logo na resposta ao comentário que fizeste, vires falar em palermas a colocar rótulos!
          Como estava à espera… gotcha!

  1. Este caso dantesco dá para ver como certas pessoas têm um certo à vontade em lidar com o crime é o caso desta mulher como foi por cá o caso daquele que agora foi julgado pela morte de várias pessoas e sempre com ar de inocente e palavreado a condizer, lamento é as penas serem tão leves sobretudo cá em Portugal.

    • As penas serem leves ou não, pouco a nada influencia a criminalidade – isso já está mais do que estudado e provado!
      Há outros factores bem mais importantes!
      Basta olhar para os EUA com penas pesadíssimas (principalmente para os pobres!) e com uma taxa de criminalidade bem maior do que certos países de terceiro mundo, e, a Europa com penas bem mais baixas e com uma criminalidade bastante inferior!!

      • E por acaso você não acha que num país onde praticamente qualquer um pode andar armado e fazer colecção de armas e de que calibro não é mais de meio caminho andado para o crime? Só não vê quem não quer!.

        • Exacto, e só mostra que a penas mais pesadas não servem para nada – problema é outro (no caso dos EUA é a quantidade de armas nas mãos de qualquer palerma)!!

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