O Governo da Madeira considerou, este domingo, “inaceitável” que apenas 1.190 crianças entre os 5 e os 11 anos tenham sido vacinadas contra a covid-19, num universo de 14.715, voltando a apelar aos pais para que vacinem os filhos.
“Nós vacinámos, desde o dia 14 de dezembro, apenas 1.190 crianças, 8% das 14.715. Isto é inconcebível após dois anos de pandemia. E destas 1.190 crianças, apenas 321 pertencentes aos grupos de risco, apenas 27%”, afirmou o secretário regional da Saúde, Pedro Ramos.
“Não queiramos ser responsáveis por situações menos felizes nas nossas crianças, aqui na região. Temos de seguir as recomendações internacionais e também nacionais”, avisou.
Falando na conferência de imprensa semanal destinada a fazer o ponto de situação epidemiológico na Madeira, o governante sublinhou que “isto é inaceitável” se não houver “qualquer outro motivo para que a vacinação não possa ocorrer”.
“Isto constitui um perigo para todos. A covid-19 é um problema de saúde pública”, reforçou, lamentando que os pais ainda não tenham aderido à vacinação das crianças com a rapidez que Pedro Ramos considera necessária.
O secretário regional da Saúde realçou que os benefícios da vacina contra a covid-19 nesta faixa etária “superam largamente os riscos” e deixou um apelo aos pais e aos pediatras.
“Temos de vacinar mais. Mais uma vez apelo a todos os pais para vacinarem as suas crianças e aos pediatras para se associarem a este apelo”, declarou.
Pedro Ramos apontou também que “com a prevalência de casos de covid-19 nesta faixa etária, principalmente até aos 9 anos, é previsível a sua propagação em catadupa nas próximas semanas, pela época natalícia em si e pela variante Ómicron que é muito mais contagiosa que a variante delta”.
“Estamos no Natal. Espero que a prenda que tenham dado aos vossos filhos tenha sido uma vacina. Está disponível, é gratuita, é segura, diminui a gravidade das infeções e diminui a mortalidade”, reiterou o responsável pela Saúde.
Os centros de vacinação, encerrados entre dia 24 de dezembro e dia 25, reabrem esta segunda-feira. As autoridades regionais de saúde sinalizaram 14.715 crianças entre os 5 e os 11 anos, das quais cerca de 2.000 têm patologias de risco.
Na conferência de imprensa deste domingo, o secretário regional da Saúde adiantou também que, no Porto Santo, local onde foi detetado recentemente um surto de covid-19, o número de infeções continua a subir, registando atualmente 174 casos ativos.
Na área da saúde há 34 casos de covid-19 ativos, no setor social 16 e na Educação 180 casos de infeção ativos neste momento, indicou Pedro Ramos.
Segundo o governante, já foram realizados, nos 71 postos aderentes, mais de um milhão de testes rápidos antigénio no âmbito da testagem massiva gratuita, a ser levada a cabo no arquipélago.
Pedro Ramos desvalorizou, por outro lado, as estimativas do número de casos de covid-19 que possam ser registados em janeiro, sublinhando que os números não podem ser comparados com os do ano passado, altura em que a maioria da população não estava vacinada.
“O que interessa é saber quantos doentes estão internados, quantos estão nos cuidados intensivos”, referiu.
O secretário regional da Saúde avançou ainda que os casos de infeção estão a ser analisados e se houver “uma grande percentagem relacionada com um a determinada área da cidade do Funchal”, as autoridades decidirão, até quarta-feira, se é necessário proceder a algum encerramento.
// Lusa
Coronavírus / Covid-19
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