O partido do Presidente francês, Emmanuel Macron, venceu a segunda volta das eleiçlões francesas e terá obtido uma confortável maioria absoluta, de 350 dos 577 deputados da Assembleia Nacional. A abstenção atinge mais de 56%, um recorde para uma segunda volta das legislativas.
Depois da vitória arrasadora na primeira volta, há oito dias, A República em Marcha! reuniu este domingo 41% dos votos, na segunda volta das legislativas francesas, seguido de Os Republicanos, com 23%.
Enquanto se aguarda por números definitivos, que o Ministério do Interior dará a conhecer esta segunda-feira, antes da meia-noite, A República em Marcha! obteve 308 deputados na segunda volta das legislativas, a que se somam os 42 do MoDem.
O primeiro-ministro francês, Edouard Philippe, considerou que a ampla vitória obtida hoje pelo seu partido, na segunda volta das legislativas em França, significa um apoio às reformas anunciadas pelo Presidente, Emmanuel Macron.
“Os franceses deram uma maioria franca ao Presidente, que recebemos como uma missão, agir pela França. Com o seu voto, os franceses preferiram a esperança ao ódio, o otimismo ao pessimismo”, considerou o chefe do Governo francês, de origem conservadora.
Philippe, que, como estabelece a tradição, esta segunda-feira apresentará a sua demissão para voltar a ser nomeado, afirmou que, graças ao impulso de Macron, a Assembleia Nacional francesa terá uma renovação inédita.
A aliança entre o partido conservador Os Republicanos e o centrista União Democrata Independente (UDI) obteve 137 deputados, que a coloca como a primeira força da oposição na Câmara Baixa do Parlamento.
O Partido Socialista obteve 44 deputados, uma derrota histórica por comparação com os 295 que conquistou nas legislativas de 2012. A Frente Nacional, de extrema direita, garantiu a eleição de 8 deputados e a esquerda radical, coligação da França Insubmissa com o Partido Comunista, um total de 27 assentos.
A líder da extrema-direita francesa, Marine Le Pen, será eleita deputada, pela primeira vez. Le Pen foi eleita pelo seu círculo, Hénin-Beaumont, no norte de França.
Líder do Partido Socialista demite-se
O líder do Partido Socialista francês, Jean-Christophe Cambadélis, anunciou hoje a sua demissão, minutos depois de as primeiras projeções mostrarem uma derrota histórica do seu partido na segunda volta das eleições legislativas.
“Há que construir uma nova oferta política das esquerdas para contrariar o neoliberalismo e o nacionalismo”, disse Cambadélis, que referiu que uma direção coletiva ficará agora responsável pelo partido.
De acordo com as projeções difundidas ao início da noite pela imprensa francesa, o Partido Socialista francês, que até agora tinha a maioria na Assembleia Nacional, conseguirá eleger entre 27 e 49 num total de 577 deputados.
“A esquerda tem de mudar, quer a forma quer o fundo, quer as suas ideias quer as suas organizações. Ela deve abrir um novo ciclo”, declarou o líder socialista, para quem é necessário “repensar as raízes do progressismo, que são o estado de bem-estar e a extensão constante dos direitos”.
“Tomo esta decisão sem amargura ou raiva, consciente do meu dever e do momento crucial que a esquerda atravessa “, disse.
“Os franceses optaram por dar uma oportunidade ao Presidente e não deixaram opções aos seus adversários. Tem todo o poder. Mas o seu triunfo esconde um lado artificial porque a sua imponente maioria não reflete a realidade social do país”, afirmou.