Um estudo sobre a massa corporal e altura dos jovens e adolescentes em idade escolar concluiu que a má nutrição pode levar a uma diferença de até 20 centímetros na altura dos jovens dos países desenvolvidos e subdesenvolvidos.
Publicado recentemente na Lancet, o estudo foi coordenado pelo Imperial College, em Londres, e teve por base a análise de 2.182 estudos sobre a população de 193 países, entre 1985 e 2019, e envolvendo um universo de 65 milhões de participantes, entre os cinco e os 19 anos, noticiou no domingo o Observador.
“Medimos a massa corporal e a altura porque são os indicadores antropométricos que mais se utilizam na prática clínica pelos pediatras para avaliar se uma pessoa está saudável ou não. Além disso, são um indicador do estado socioeconómico e nutricional da população”, explicou ao País a investigadora e autora principal do estudo, Andrea Rodríguez Martínez.
O crescimento, acrescentou, é determinado por “uma combinação muito complexa de fatores genéticos e ambientais, como a nutrição, o exercício físico e o stress”.
Esta é a primeira vez que se comparou um tão grande número de dados. Segundo o estudo, uma jovem de 19 anos do Bangladesh ou Guatemala, onde as mulheres são das mais baixas, tem a mesma altura que uma jovem holandesa de 11 anos. A Holanda tem os jovens mais altos (média de 1,83 metros) e Timor-Leste os mais baixos (1,60 metros).
Para os investigadores, esta diferença de 20 centímetros deve-se às políticas públicas de alimentação nos vários países. Andrea Rodríguez Martínez acredita que as conclusões do estudo devem servir para motivar a implementação de medidas que facilitem o acesso a alimentos nutritivos.