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Luís Correia queria “cargo político remunerado” para desistir da candidatura independente. PS disse não

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Beira Baixa TV / Facebook

Luís Correia, ex-presidente da Câmara Municipal de Castelo Branco

O ex-presidente da Câmara de Castelo Branco, Luís Correia, vai recandidatar-se como independente este ano, mas estaria disponível para não disputar a corrida autárquica. Bastava o PS nomeá-lo para um “cargo político remunerado”.

Na segunda-feira, a concelhia de Castelo Branco do PS revelou, numa conferência de imprensa, que “uma candidatura que se diz independente ‘de albicastrenses, pelos albicastrenses e com os albicastrenses’ não existiria se o PS tivesse satisfeito, no imediato, as condições impostas pelo agora candidato independente (isto é, a nomeação para um cargo político remunerado)”.

De acordo com o Público, Luís Correia pretendia que o PS interferisse para ocupar a vice-presidência da Comissão de Coordenação de Desenvolvimento Regional Centro (CCDRC), cargo que se encontra vago desde janeiro.

O geógrafo Jorge Brito, ex-secretário executivo da Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra, demitiu-se cerca de três meses depois de ter sido eleito, a 29 de outubro do ano passado. O Público avança que, para o seu lugar, é apontado o nome de José Morgado, até agora presidente da Câmara de Vila Nova de Paiva.

Ao diário, Correia escusou-se a comentar o assunto, dizendo apenas que “a única coisa” que exigiu ao PS foi respeito. “Não tenho de estar a falar sobre isso porque não entro neste tipo de política.”

O PS decidiu esclarecer os albicastrenses sobre o processo “que resultou de uma candidatura dita independente do ex-militante do PS” e a conferência de imprensa serviu para abordar a perda de mandato do ex-autarca socialista e as razões pelas quais o partido decidiu não voltar a apoiá-lo num terceiro mandato.

“O ex-presidente da câmara foi condenado à perda do mandato de presidente em diversos tribunais. Essa condenação de perda de mandato decorre única e exclusivamente de atos por si praticados no exercício de funções enquanto presidente da Câmara de Castelo Branco. Durante todo o processo judicial que culminou com a perda de mandato, sempre o ex-presidente da câmara contou com a solidariedade das estruturas locais do PS, dos seus dirigentes e da maioria dos seus militantes”, afirma a concelhia em comunicado.

“A decisão de não apoiar o agora candidato independente decorre de uma questão de princípio ético e partidário​”, lê-se. “Não se trata de nenhuma questão pessoal, mas tão só de dar cumprimento ao princípio ético e partidário atrás enunciado: o PS não apoia candidaturas de ex-autarcas que tenham perdido o mandato por decisão judicial, por atos praticadas no exercício das suas funções.”

Luís Correia nega. “É mentira”

Ao final da manhã desta quarta-feira, Luís Correia reagiu à notícia avançada pelo Público, afirmando que as acusações são falsas.

“Perante as acusações falsas de que sou alvo por parte do Partido Socialista, cabe-me esclarecer que é mentira que alguma vez tenha imposto ao PS a nomeação para um cargo político. Se essa fosse a minha ambição, não me teria desvinculado do partido, até porque, aquando da apresentação do candidato do PS, o partido disse sobre mim: ‘é um importante quadro do Partido Socialista e conta com ele para futuros desafios'”, disse ao Expresso.

Não sei fazer política deste nível. É uma candidatura de Albicastrenses, pelos Albicastrenses e com os Albicastrenses. É uma candidatura com ideias e projetos para Castelo Branco. É uma candidatura para dar continuidade a um trabalho que comecei e que está à vista de todos. O que me move é a afirmação do nosso concelho. É nisso que estou focado, não em manobras de distração”, rematou o ex-autarca.

Liliana Malainho, ZAP //

15 Comments

  1. Todos sabemos como a politica funciona e como todos nós pagamos estes e outros favores. Por cada um que é negado existem 99 boys que lá arranjam os seus jobs. Se houvesse investigação séria em Portugal tudo isto se saberia e com consequências criminais. Mas a comunicação social apenas se preocupa com coisas que nos são colocadas sobre a mesa para afastar o foco deste sistema de corrupção e compradio que vivemos e sobretudo que pagamos.

    • A comunicação social vive da bajulação ao poder instalado. A justiça, de certa forma, também. É a democracia, frágil, que temos.

  2. Alguém falou em Isaltino Morais? Ou terá sido em Valentim Loureiro? O Renato com a pressa de abocanhar o Partido Socialista nem vê bem o que escreve, e certamente nem imagina quem elege estes senhores, que aparecem em todas as correntes de opinião e consequentemente em todos os partidos.
    Devo expressar que acho vergonhosas e despudoradas tais situações, quem perdeu o mandato dessa forma deveria estar impedido de voltar a apresentar-se ao eleitorado, e isto não tem nada a ver com menor falta de respeito democrático.

    • “quem perdeu o mandato dessa forma deveria estar impedido de voltar a apresentar-se ao eleitorado, e isto não tem nada a ver com menor falta de respeito democrático.”
      Eu vou mais longe e acho que, quem for condenado por qualquer crime, deve ser completamente PROIBIDO de exercer qualquer cargo púbico, de fazer negócios com o Estado e de receber qualquer subsidio publico!

      • Isso provavelmente ia causar problemas novos e complicados mais adiante. Mas mesmo assim era uma boa iniciativa, pois também ia permitir limpar muita porcaria que anda para aí, além de (mais importante!) desincentivar activamente comportamentos vergonhosos futuros.

  3. Como pode um tipo destes ainda se candidatar e se calhar ainda ganha. Infelizmente é gente como esta que está à frente dos destinos de Camaras e governo.
    Pulhas…

    • Obviamente que a culpa não é só deles…
      O Isaltino continua liderar as sondagens e esteve mesmo, mesmo, mesmo para ser apoiado oficialmente pelo PSD!…
      E Oeiras é o município do país com maior média salarial/poder de compra e, ainda por cima, tem a população com mais habilitações literárias de Portugal…

  4. Tanta virgem ofendida por aqui…
    Caros amigos, em Portugal há três tipos de políticos: os que já foram condenados e aqueles que, por diferentes meios conseguiram condicionar as investigações em curso, e assim permanecem cidadãos de bem. O terceiro tipo é aquele que nunca foi investigado (no dia em que o for, passará a encaixar-se numa das duas primeiras situações). Não há outro tipo de político em Portugal.

  5. Mais um parasita da politica. Queria mama. Va mamar num sitio que eu ca sei. A politica portuguesa e os políticos tresandam a corrupção.

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