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Lu-Olo eleito Presidente de Timor-Leste

Mast Irham / EPA

O novo Presidente de Timor-Leste Francisco Guterres Lu-Olo

O novo Presidente de Timor-Leste Francisco Guterres Lu-Olo

Francisco Guterres Lu-Olo foi eleito Presidente da República de Timor-Leste nas eleições desta segunda-feira.

Quando estão contados 90,09% dos votos, segundo o Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE), Francisco Guterres Lu-Olo lidera a contagem com 262.147 votos ou 57,42% do total, à frente do segundo classificado, António da Conceição, que tem 147.436 votos ou 32,29% do total.

Para vencer, qualquer candidato teria de obter 50% dos votos válidos mais um, ou 261.289, valor já ultrapassado por Lu-Olo.

Num universo de 743.150 eleitores, mesmo que a taxa de participação nos locais ainda por escrutinar fosse 100%, faltariam contar 73.646 votos, ou seja, menos do que aqueles de que António da Conceição precisaria para evitar a vitória de Lo-Olo.

Dirigentes do Partido Democrático (PD), que apoiou o segundo candidato mais votado nas eleições presidenciais, António da Conceição, já congratularam esta manhã Francisco Guterres Lu-Olo pela vitória.

Lu-Olo foi apoiado pelos maiores partidos timorenses, Fretilin (Frente Revolucionária de Timor-Leste Independente) e CNRT (Congresso Nacional para a Reconstrução de Timor-Leste).

Cerca das 13h00 locais desta terça-feira (4h00 em Lisboa), e 22 horas depois do fecho das urnas, o escrutínio provisório estava concluído em oito dos 12 municípios, na região especial de Oecusse-Ambeno e nos três centros de votação no estrangeiro (Sydney, Darwin e Lisboa).

Falta terminar a contagem em Bobonaro, Dili, Ermera e Lautem, municípios onde Lu-Olo lidera também a contagem.

Esta foi a terceira tentativa de Lu-Olo chegar à Presidência da República (perdeu na segunda volta em 2007 e 2012). O novo Presidente teve o apoio do líder histórico da resistência timorense Xanana Gusmão, do CNRT, que formalizou o apoio ao candidato dando instruções às bases para votarem pelo líder da Fretilin, que, outrora, era o seu principal rival.

António da Conceição, atual ministro da Educação e secretário-geral do PD, teve o apoio do Khunto – força ligada ao grupo de artes marciais Korka – e de alguns militantes do Partido de Libertação do Povo (PLP), força política que poderá vir a ser liderada, depois de 20 de maio, pelo atual chefe de Estado, Taur Matan Ruak.

Conceição enfrentou, porém, alguma divisão interna no PD – alguns dirigentes não apoiaram a ideia de uma candidatura presidencial e questionaram a influência do Khunto, cuja presença em algumas caravanas chegava a ser maioritária.

Houve ainda divisão no PLP, com os veteranos do partido a recusarem apoiar Conceição num combate direto com um companheiro da luta contra a ocupação indonésia.

“Desta vez a vitória é minha”

“Desta vez a vitória é minha”, disse à Lusa Lu-Olo que foi eleito na primeira volta das eleições presidenciais e na sua terceira tentativa, depois de derrotado na segunda volta nas eleições de 2007 e 2012.

Foi realmente decisivo esse apoio de Xanana Gusmão e do CNRT, mas posso dizer que muito mais decisivo foram os militantes e quadros da Fretilin que apoiaram a minha candidatura. Esses sim foram determinantes”, afirmou à Lusa, nas suas primeiras declarações desde que foi eleito.

Lu-Olo falava à Lusa na sede do Comité Central da Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin) onde hoje à tarde, hora local, se concentraram centenas de militantes e simpatizantes do partido e onde o Presidente eleito foi congratulado por muitos dos presentes.

Sempre buscarei diálogo com os órgãos do poder político, principalmente com o Governo e o Parlamento Nacional e com toda a sociedade. Irei fazer isso, para ouvir um pouco mais sobre o que as pessoas pensam do desenvolvimento do país”, afirmou.

“Tentarei falar com todos para que ninguém se sinta excluído na participação da governação do país”, sublinhou Lu-Olo, de 62 anos.

Não represento a velha geração. Muita gente da nova geração apoia a minha candidatura e votaram em mim. Basta ver aqui na nossa sede do Comité Central da Fretilin (CCF). Tenho muitos jovens, uma organização da juventude muito grande que apoia a minha candidatura. Muitos jovens que votaram em mim, não apenas da Fretilin mas de outros”, afirmou.

Lu-Olo quis ainda agradecer a todos os que o apoiaram, especialmente à Fretilin, os seus quadros e militantes bem como os restantes partidos que apoiaram a candidatura.

“Finalmente quero agradecer ao povo de Timor-Leste que me deu esta confiança para ser Presidente de todos os timorenses”, afirmou.

ZAP // Lusa

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