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Londres devolve tesouros roubados em África. Portugal vai devolvê-los “discretamente”

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Horniman Museum and Gardens

Uma das peças de arte nigerianas devolvida pelo Museu Horniman

Seis artefactos roubados há 125 anos por soldados britânicos da Cidade de Benin, atualmente em território da Nigéria, foram devolvidos pelo Museu Horniman, de Londres. Portugal vai seguir o exemplo “de forma discreta”.

Segundo o jornal britânico The Guardian, entre as peças devolvidos pelo Museu Horniman encontram-se duas placas de bronze do século XVI saqueadas em 1897 do Palácio Real de Benin.

O palácio foi incendiado depois de todo o tesouro ter sido saqueado e distribuído pelas tropas britânicas.

A devolução do tesouro saqueado tinha sido sido anunciada há alguns meses, e as seis peças agora enviadas são o primeiro lote de um total de 72 artefactos que serão devolvidos à Nigéria pelo museu.

Esta é a primeira vez que uma instituição financiada pelo governo britânico acede  a devolver tesouros saqueados por tropas britânicas no passado.

O tema da devolução das obras às ex-colónias ganhou visibilidade desde que, em 2018, o Presidente francês, Emmanuel Macron, encomendou um relatório sobre a devolução de obras aos países africanos.

Portugal poderá ser o próximo país a seguir o exemplo de França e Reino Unido.

Há cerca de um ano e meio, a comissão nacional do Conselho Internacional de Museus lançou um inquérito para conhecer o património existente nos museus portugueses proveniente de territórios não-europeus, classificando-o como o primeiro passo de uma iniciativa para “promover a identificação e o debate” sobre aquelas peças, muitas das quais com origem das antigas colónias portuguesas.

O Ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, assegurou, em entrevista publicada em novembro no jornal Expresso, que os temas fraturantes, como a eventual devolução de obras aos países de origem, serão realizados por académicos e diretores de museus, num trabalho de “inventariação mais fina“.

A forma eficaz para tratar este tema é com reflexão, discrição e alguma reserva. A pior forma de tratar este tema é criar um debate público polarizado, não contem comigo para isso”, considerou o ministro.

Segundo a notícia do Expresso, o ministro referia-se em específico a “obras de arte, bens culturais, objetos de culto e até restos mortais ou ossadas retiradas das suas comunidades originais e levadas para países como Portugal, França, Alemanha, Bélgica, Espanha, Inglaterra ou Holanda”.

“A pior forma de tratar este tema é criar um debate público polarizado, não contem comigo para isso”, acrescentou Pedro Adão e Silva.

ZAP // Lusa

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6 Comments

  1. O Sr.º Ministro da Cultura, Pedro Silva, terá de provar que as peças provenientes das antigas Províncias Ultramarinas, do Brasil, e do Estado Português da Índia, foram realmente roubadas.

  2. E porque não a Espanha devolver o ouro e tudo o mais precioso, que existia nas colónias da América do Sul?? E Portugal devolver o ouro que veio do Brasil ??

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