Os ombros do Little Foot, o fóssil mais completo de um ancestral humano, revelam que, há três milhões de anos, os nossos antepassados ainda viviam um estilo de vida parcialmente arbóreo.
Uma análise da parte superior do esqueleto do Little Foot abre uma janela para um período crucial em que os ancestrais humanos se separaram dos macacos. Segundo o EuropaPress, cientistas da Keck School of Medicine da University of Southern California concentraram as pesquisas na chamada cintura peitoral, que inclui clavículas, omoplatas e articulações.
Apesar de outras partes do esqueleto, nomeadamente as pernas, exibirem traços humanos para andar ereto, os componentes do ombro são distintamente simiescos: os braços são surpreendentemente adequados para pendurar em galhos ou subir árvores, mas não para atirar coisas.
“Quando comparamos a montagem do ombro com humanos e macacos vivos, vemos que o ombro do Little Foot era um bom modelo do ombro do ancestral comum dos humanos e dos macacos africanos, como chimpanzés e gorilas, de há 7 a 8 milhões e anos”, explicou Kristian J. Carlson, principal autor do estudo, publicado recentemente no Journal of Human Evolution.
O fóssil do Little Foot fornece a melhor evidência de como os ancestrais humanos usaram os braços há mais de 3 milhões de anos.
O momento em que os humanos divergiram dos macacos continua a ser uma das maiores questões, ainda sem resposta, sobre a nossa evolução.
Saber como foi o momento, em comparação com muitas outras mudanças pelas quais a nossa linhagem passou, assim como entender as mudanças ambientais que ocorreram em África, ajudará os cientistas a perceber o nosso passado.
O fóssil é o mais velho e mais completo esqueleto de um Australopithecus.