Lisboa abre caminho para resolver grande problema dos hospitais

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Hospital de Santa Maria, em Lisboa

Abriu, esta quinta-feira, o primeiro Centro de Atendimento Clínico do país, em Lisboa, para casos menos urgentes referenciados pelo SNS 24 e pela urgência do Santa Maria. Virá resolver um dos grandes problemas das urgências.

O primeiro Centro de Atendimento Clínico (CAC) do país já abriu.

O centro de Saúde de Sete Rios, em Lisboa, vai passar a receber os casos menos urgentes referenciados pelo SNS 24 e pelo serviço de urgência do Hospital Santa Maria.

A correr bem, será um exemplo a seguir no restos dos hospitais do país.

Em declarações à agência Lusa, o presidente da Unidade Local de Saúde de Santa Maria (ULSSM), Carlos Martins, explicou que o centro se destina sobretudo à referenciação do SNS 24 e do serviço de urgência central do Hospital Santa Maria dos casos referenciados como “verdes e azuis” (não urgentes).

O objetivo é “dar uma resposta em menos de 30 minutos”, o que não acontece na urgência hospitalar.

“É uma alternativa para evitar tempos de espera inadequados e para evitar também um acesso à nossa urgência central de Santa Maria inadequada”, realçou.

O Centro de Atendimento Clínico vai funcionar todos os dias da semana, entre as 08h00 e as 20h00, com a possibilidade de prolongar duas horas depois das 20:00 no caso de estar algum doente na sala de espera ou chegar em cima da hora do encerramento, explicou Carlos Martins.

“Quem estiver às 20h00 para ser atendido ou quem chega às 20h00 será naturalmente atendido, seja pelo corpo clínico, seja pelos técnicos de diagnóstico e, portanto, sairá para casa tranquilamente com o diagnóstico feito”, disse.

O espaço dispõe de uma sala de espera com atendimento direto, três gabinetes médicos, um gabinete de enfermagem, um gabinete de triagem que funcionará a meio de agosto.

Terá por turno três médicos, dois enfermeiros, dois técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica, um assistente técnico, um secretariado administrativo e um técnico de auxiliar de saúde e, em termos de diagnóstico, dispõe de raio x, análises clínicas e eletrocardiograma.

Questionado sobre quantos doentes poderão ser atendidos diariamente, Carlos Martins disse estimar uma média de 80 a 100 utentes e, “nalguns dias, eventualmente 120”.

Estes números têm como base a casuística dos casos verdes e azuis triados na urgência do Santa Maria e da referenciação do SNS 24 nos últimos meses e da comparação com o período de verão em 2023.

Próximo serviço: Prelada, no Porto

A criação de centros de atendimento clínico para atender situações agudas de menor complexidade e urgência, que funcionarão como “coroa de proteção” aos serviços de urgência hospitalares, consta do Plano de Emergência e Transformação na Saúde do Governo.

A ministra da Saúde avançou na audição na comissão parlamentar da Saúde, no dia 10 de julho, que o centro clínico de atendimento visa retirar das urgências os casos que não são efetivamente urgentes, adiantando que esta solução será idêntica àquela que irá também funcionar no Hospital da Prelada, no Porto.

Ana Paula Martins reconheceu que muitas pessoas recorrem aos serviços de urgência por não terem resposta nos centros de saúde e, por isso, espera que estes centros clínicos possam retirar das urgências os casos não urgentes.

Explicou ainda que estes centros clínicos de atendimento irão observar os doentes e encaminhá-los para os cuidados de saúde primários ou para consultas hospitalares.

O Governo tem como objetivo dar um médico de família a 1,7 milhões de cidadãos que não o têm, um objetivo que a ministra reconheceu não poder ser alcançado “a breve trecho”.

ZAP // Lusa

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