O número de linces ibéricos adultos multiplicou-se por dez neste século. Agora, o animal deixará de ser classificado como “espécie em risco” passando a “vulnerável”.
É uma vitória para o lince ibérico e para a biodiversidade – vai passar de espécie “em risco” a “vulnerável”, na Lista Vermelha elaborada pela União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN).
A lista vermelha de espécies ameaçadas será atualizada pela organização internacional, no próximo dia 27.
Num comunicado de “antecipação” emitido esta quinta-feira, a UICN informou que uma das novidades é a melhoria do estatuto de conservação do lince ibérico, que chegou a ser a espécie de felino mais ameaçada de extinção no planeta.
“Os esforços de conservação permitiram recuperar esta espécie depois de estar perto da extinção, com um aumento exponencial da sua população que passou de 62 espécimes adultos em 2001 para 648 em 2022”, precisou a UICN.
Salvámos mesmo o lince ibérico
O lince-ibérico (Lynx pardinus), também conhecido pelos nomes populares lobo-rabo, gato-cerval, liberne, gato-cravo ou gato-lince, tem um porte muito maior do que um gato doméstico e o seu habitat restringe-se à Península Ibérica.
Em meados do século XX a perseguição, a destruição do seu habitat e, sobretudo, as duas grandes epidemias virais que atingiram o coelho, a sua principal fonte de alimento, dizimaram a espécie até ficarem menos de uma centena em 2002.
Em 2007, a Quercus considerou a espécie inexistente em Portugal em 2007, mas há precisamente 10 anos, o lince ibérico começou a ser reintroduzido em Portugal. Foi a primeira vez que um lince ibérico nascido em cativeiro foi libertado no país.
E a reintrodução foi feita com sucesso. Desde então, o número deste mamífero cresceu notavelmente. Em 2020, já havia mais de 100 espécimes em liberdade em Portugal.
João Catarino, o na altura secretário de Estado da Conservação da Natureza, já dizia que Portugal tinha conseguido salvar esta espécie da extinção. “Julgo que hoje já podemos dizer que salvámos o lince ibérico“.
Ainda assim, a a União Internacional para a Conservação da Natureza continuava a reiterar que esta é “a espécie de felino mais ameaçada do mundo”.
No mesmo ano, outra marca notável: a marca dos mil exemplares foi superada, pela primeira vez em 20 anos.
Já no ano passado, este mamífero voltou à região de Castelo Branco, 30 anos depois.
ZAP // Lusa