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Há uma ligação entre a Mona Lisa e Espanha

A investigadora Dolores García revelou que as roupas usadas por Lisa Gherardini, que se acredita ser a protagonista da famosa pintura de Leonardo da Vinci, vieram da guilda de seda valenciana e os seus corantes eram espanhóis, importados da América.

Lisa Gherardini era um membro da família Gherardini de Florença e da Toscana. O seu nome foi dado ao quadro Mona Lisa, que se acredita ser um trabalho encomendado pelo seu marido a Leonardo Da Vinci durante a Renascença italiana.

Dolores García, autora de várias obras sobre a Mona Lisa, iniciou esta investigação, interrogando-se porque é que Lisa Gherardini, esposa do comerciante de tecidos e seda Francesco del Giocondo, um dos mais ricos e influentes de Florença, fora retratada sem nenhuma jóia, que identificava a classe social e a elite da época.

“As mulheres florentinas eram uma vitrine para famílias ricas e, de acordo com o seu estatuto social, usavam um tipo de jóia”, explicou a investigadora, em entrevista à agência EFE, citada pelo jornal espanhol ABC.

Gherardini era a mulher do comerciante mais rico e famoso da cidade e um dos doze homens que compunham o governo da República de Florença, com poder e estatuto importante, de modo que este facto era ainda mais incompreensível.

Durante sua investigação, documentada no seu último ensaio “Valência e a sua arte de seda na Gioconda”, Garcia percebeu que Mona Lisa estava a usar uma jóia: o seu vestido de seda. “O vestido era a verdadeira jóia da família e a que mostrava a sua posição social”, disse a investigadora.

Por outro lado, não era uma jóia ostensiva, não tinha bordados de ouro e prata, o que a levou a pensar que o seu valor estava no corante. Foi assim que Garcia descobriu que as cores preto, beringela e amarelo da roupa eram um corante especial de uma planta que a Espanha tinha importado após o descoberta da América e que “apenas as famílias mais ricas” e a nobreza europeia poderiam usar.

O valenciano Luis de Santángel introduziu o corante americano em Espanha, o que significou uma revolução no setor, monopólio da monarquia espanhola. A cidade de Valência também era, naquela época, o “centro de seda de toda a península”, com os melhores artesãos e tintureiros de seda. Do porto da cidade de Grau saía toda a seda da península para Florença – e essa é a conexão com o comerciante Francesco del Giocondo.

Para a investigadora, na pintura da Gioconda, “vemos a seda de Valência” como um símbolo de riqueza, prestígio e alto estatuto do comerciante florentino e da sua família.

ZAP //

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