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Líderes reúnem-se em busca de acordo político difícil. É o “momento da verdade” da Europa

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Stephanie Lecocq / EPA

Ursula Von der Leyen, a presidente da Comissão Europeia, e Xavier Bettel, primeiro-ministro do Luxemburgo

Os líderes da União Europeia reúnem-se a partir desta sexta-feira em busca de um compromisso sobre o plano de relançamento face à crise da covid-19 que todos admitem ser urgente, mas um acordo afigura-se difícil de alcançar.

Naquele que é o primeiro Conselho Europeu presencial dos últimos cinco meses — a anterior cimeira “física” teve lugar em fevereiro, pouco antes da chegada da pandemia da Covid-19 à Europa -, e que deverá prolongar-se pelo menos até sábado, os 27 terão de ultrapassar as muitas diferenças que ainda os separam relativamente às propostas de um Fundo de Recuperação e do orçamento da União para 2021-2027.

“Chegar a um acordo vai exigir trabalho árduo e vontade política de todos”, escreveu o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, na carta-convite dirigida aos chefes de Estado e de Governo dos 27, na qual reitera todavia que “agora é o momento”.

A fasquia é alta, aprovar o Quadro Financeiro Plurianual (QFP), o orçamento da UE para 2021-2027, de 1,07 biliões de euros, e o Fundo de Recuperação pós-pandemia que lhe está associado, de 750 mil milhões de euros. Trata-se do maior pacote de estímulo económico de sempre em resposta à crise provocada pelo novo coronavírus, frisa o jornal Público.

Parece haver acordo entre todos os 27 quanto à necessidade de uma resposta urgente à crise, mas as posições quanto às modalidades dessa resposta estão afastadas e, admitem vários dirigentes europeus, o consenso exigido está longe de adquirido e esta pode não ser a cimeira que aprova o orçamento.

A chanceler alemã, Angela Merkel, quebrou um ‘tabu’ europeu, e alemão, ao apoiar que as verbas do fundo sejam obtidas junto dos mercados em nome da Comissão Europeia, criando uma dívida comum, ponto que parece fechado e, no último Conselho Europeu, não foi contestado por nenhum Estado-membro.

Persistem, no entanto, grandes divergências quanto à distribuição das verbas do fundo de recuperação, que a proposta da Comissão Europeia prevê sejam canalizados em dois terços (500 mil milhões de euros) através de subvenções e um terço (250 mil milhões de euros) de empréstimos em condições muito favoráveis.

Os chamados “países frugais” — Holanda, Áustria, Dinamarca e Suécia e, em menor grau, a Finlândia – opõem-se à proporção de verbas canalizadas sob a forma de subvenções, defendendo uma maior proporção de verbas por empréstimo e que os fundos sejam condicionados à realização de reformas, que permitam aos países em pior situação fazer face a futuras crises sem ajuda europeia.

Costa confiante

Na quinta-feira à noite, já em Bruxelas, o primeiro-ministro António Costa manifestou-se todavia convicto de que é possível chegar a um acordo nesta cimeira, adiantando que, pela sua parte, está pronto a aceitar a proposta atualmente sobre a mesa.

Costa considera que a mais recente proposta colocada sobre a mesa pelo presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, “é uma proposta muito equilibrada, que, além daquilo que já tinha sido proposto pela Comissão, procura ir ao encontro das resistências que uns e outros tinham apresentado”, pelo que espera “que se possa estabelecer ao longo deste fim de semana o consenso necessário para que possa ser aprovada”.

“No que diz respeito a Portugal, as duas questões que ainda estavam em aberto — uma ainda relacionada com uma redução nas verbas do segundo pilar da Política Agrícola Comum (PAC) e outra com o cofinanciamento para as regiões autónomas — ficaram agora resolvidos durante a tarde, e portanto da nossa parte estamos em condições aliás de entrar no Conselho e de aprovar a proposta do presidente Charles Michel”, adiantou.

“Se houver vontade política haverá acordo”, reiterou, citado pelo semanário Expresso.

Por sua vez, o Presidente francês afirmou que o Conselho Europeu que começa em Bruxelas é um “momento de verdade e de ambição para a Europa”, garantindo que tudo fará para contribuir para um compromisso sobre o plano de relançamento da UE.

À chegada à sede do Conselho, para aquela que é a primeira cimeira de líderes presencial desde a crise da pandemia da covid-19, Emmanuel Macron reiterou que esta “crise inédita, no plano sanitário mas também a nível socioeconómico, exige muito mais solidariedade e ambição”, advertindo que, para muitos, “é o projeto europeu que está em jogo”.

A cimeira tem início às 10h00 de Bruxelas, 09h00 de Lisboa, devendo prolongar-se pelo fim de semana. Segundo o Público, o encontro pode estender-se durante três dias.

ZAP // Lusa

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2 Comments

  1. Venha a bazuca que os abutres já se estão a preparar. Grandes negociatas e comissões no horizonte de amigos e familiares dos governantes e dos próprios. Alguns têm andado particularmente ativos desde que se começou a falar na bazuca, deixando antever grandes investimentos públicos e consequentemente grandes comissões para os seus bolsos.

  2. Andaram a fazer porcaria e agora querem resolver as asneiradas com dinheiro, como se o dinheiro os redimisse das más opções que tomaram.
    Ouvi uma vez a expressão “,Os camelos querem é dinheiro, dêem-lhes dinheiro que eles fazem tudo”, parece bem apropriado.
    Sai dinheiro aos “rodos” da UE e os governantes ficam todos “perdoados”, até à próxima asneirada que fizerem.
    O certo é que esse dinheiro vai ter que ser recuperado, e imaginem quem o vai pagar…

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