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“Afinal não vou jantar aí”: 10 lições que aprendemos (ou não) com a COVID

Cozinhar mais vezes em casa ou consumir mais doces; vacinas e máscaras, sim ou não? Hábitos mudaram – para alguns.

A COVID-19 não está a ter o impacto que teve em 2020 ou 2021 mas ainda hoje há situações em que reparamos que passamos por uma pandemia.

Isso vê-se muito nas crianças, destacava (já em 2023) a Organização Mundial da Saúde. Os mais pequenos alteraram hábitos – e a saúde deles também.

A primeira lição é positiva: cozinhar em casa mais vezes. A cozinha passou a ser um ponto de encontro para convívio familiar frequente. Não é como era, mas 30% das famílias passaram a preparar refeições em casa (e, assim, a controlar mais o que comem).

A segunda lição não é tão positiva: mais doces. As crianças começaram a comer mais doces (bolos, gelados…) por estarem mais tempo em casa.

A última conclusão sobre as crianças também não é das melhores: menos actividade física, mais sedentarismo; mais televisão e mais jogos; menos brincadeira e menos convívio ao ar livre – em algumas crianças isso vê-se ainda hoje.

Agora, os adultos

Também já em 2023, a revista Scientific American apresentou uma lista de 5 lições relacionadas com a COVID-19.

Começamos pelas vacinas: as agora famosas mRNA são seguras, poderosas e eficazes. Aliás, a vacinação terá sido o elemento crucial na “suavização” da pandemia.

As máscaras resultam. Foi um incómodo para uns, era impensável usar para outros, mas a maioria usou mesmo. E as máscaras terão abrandado muito a propagação do coronavírus. Ainda hoje vamos vendo pessoas na rua com máscara que, antes, nunca utilizavam uma; pode nem ser por causa da COVID mas estão doentes e, agora, têm outra noção da propagação de doenças e protegem os outros (ou estão a proteger-se, também é uma hipótese).

A qualidade do ar interior é importante. A ventilação e a filtração nunca foram tão aplicadas como agora.

Noutro contexto: o rastreamento de águas residuais. Aliás, estima-se que a COVID já estava presente em águas residuais antes de se tornar o que se tornou nas pessoas. Agora há países muito mais atentos a isso e com programas nacionais à volta deste acompanhamento.

A vigilância genómica passou a ser uma estratégia mais utilizada. Por cá, por exemplo, o Instituto Ricardo Jorge apostou num projecto de investigação nesse assunto, para melhorar a vigilância genómica de doenças infecciosas.

Quando estamos à mesa

Outra coisa que aprendemos foi a controlar – ou a desviar – mais a nossa tosse, os nossos espirros. Quase ninguém tossia para o braço, por exemplo. E, se calhar, agora até ficamos incomodados (ou assustados, depende da pessoa) quando vemos algum convidado à mesa a tossir para a mão e a pegar na garrafa de água comum logo a seguir; ou a mexer no nariz com os dedos logo depois de espirrar. E quem não lava as mãos mais vezes e de uma forma mais cuidada?

Por fim, o retorno ao título: agora é muito mais frequente alguém avisar que não vem jantar a nossa casa porque tem dores de garganta ou tosse. Pode nem ter nada a ver com COVID – mas a consciência é outra.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

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