Lesados do incêndio no Andanças pagam 400 euros cada por taxas de justiça

Edgar Libório / EPA

Um ano depois do incêndio no Andanças, que destruiu 422 carros, apenas 69 lesados vão avançar com uma queixa em tribunal. O advogado dos queixosos admite que uma das principais razões é o valor elevado de taxas de justiça.

Quase 70 lesados do incêndio que, há um ano, destruiu 422 viaturas no estacionamento do festival Andanças, em Castelo de Vide, estão prestes a apresentar uma queixa em tribunal contra a câmara municipal e a empresa organizadora do evento, conta a TSF.

Em declarações à rádio, o advogado Pedro Proença explica que o processo deverá dar entrada ainda este mês e que só está a aguardar alguns comprovativos de pagamento de todas as taxas de justiça. Cada lesado teve de avançar com cerca de 400 euros de taxas, um total de 27 mil euros, além de outras despesas judiciais que ainda deverão surgir.

O advogado considera que este tipo de custos são uma das principais razões que levam tão poucos lesados a avançar para tribunal, embora seja possível recuperar parte do valor caso vençam a ação.

Segundo a TSF, a queixa já finalizada pede indemnizações à volta dos 800 mil euros por danos patrimoniais e 600 mil por danos morais, ou seja, quase 1,5 milhões de euros.

O advogado conta que, quase um ano depois do incêndio, muitos lesados ainda não ultrapassaram o trauma de ver tantos carros a arder, havendo até pessoas que nunca mais conseguiram ter automóvel, afetando o seu dia-a-dia.

Recorde-se que, em fevereiro, o Ministério Público decidiu arquivar o caso por não ter encontrado sinais de que o fogo tenha sido ateado de forma deliberada ou intencional.

No entanto, o representante destes lesados garante que o festival Andanças teve várias falhas de segurança, que estarão na queixa apresentada em tribunal, nomeadamente, a existência de muito material combustível, como palha resultante do corte de erva pela autarquia que não foi recolhida e que potenciou a destruição de tantos automóveis.

O advogado queixa-se ainda da falta de extintores no recinto e de um camião autotanque, assim como o facto de a organização ter recusado a presença dos bombeiros, o que fez com que não existisse uma resposta mais rápida, além dos portões fechados a cadeado que impediram a passagem de uma viatura dos sapadores florestais.

ZAP //

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.