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Brevemente, o cometa Leonard vai passar perto da Terra — e fazer uma saudação única à sua passagem, iluminando os céus com o seu brilho esverdeado.
O cometa Leonard foi descoberto em janeiro deste ano, quando se encontrava entre Marte e Júpiter, e os astrónomos da NASA já traçaram a órbita que está a seguir em direção ao Sol.
Batizado por alguns astrónomos como “Cometa de Natal“, o corpo celeste irá passar próximo da Terra em meados de dezembro.
Entre os dias 12 e 14, estará no seu ponto mais próximo da Terra, podendo ser visto antes do nascer do sol — a olho nu, se as condições meteorológicas o permitirem, ou com a ajuda de binóculos ou pequenos telescópios.
Para já, no entanto, os cientistas não conseguem determinar a data exata em que o Leonard estará mais próximo da Terra, porque a poeira e gás que emana tornam o seu trajeto ainda imprevisível.
“Embora as trajetórias dos cometas sejam sempre difíceis de prever, o Leonard estará visível a olho nu em dezembro, em quase qualquer parte do mundo”, estima um cientista da NASA citado pela BBC.
Batizado de C/2021 A1, o cometa foi descoberto a partir do Mount Lemmon Infrared Observatory, no Arizona, pelo astrónomo Gregory J. Leonard, que inicialmente o identificou no início deste ano, quando passava pela órbita de Marte, “como uma mancha ténue”.
As observações e análises subsequentes mostraram aos cientistas que se tratava de um cometa com um período de órbita longo, de cerca de 80 mil anos. A sua passagem pela Terra é portanto um espetáculo excecional.
Cometa ultra-rápido
Uma das características mais interessantes do Leonard, explica o Earth Sky, é a velocidade a que se movimenta. O “Cometa do Natal” viaja a mais de 250 mil quilómetros por hora.
No seu ponto mais próximo da Terra, o Leonard estará a quase 35 milhões de quilómetros de distância. Em locais com o céu claro será possível ver a cauda do cometa a olho nu, mas um par de binóculos pode tornar mais fácil localizá-lo e seguir o seu passeio.
Há alguns dias, a NASA captou uma imagem do Leonard, quando já mostrava uma nuvem de gás verde e a característica “cauda” de poeira que esses astros trazem consigo.
“A imagem apresentada era composta por 62 fotos tiradas por um telescópio de tamanho moderado: um conjunto de exposições rastreia o cometa, enquanto outro grupo rastreia as estrelas de fundo”, explica a NASA.
A “bola de gelo” percorreu um longo caminho até chegar perto de nós, nesta quadra natalícia. Há 35 mil anos, nota o Space.com, o cometa estava no afélio, ponto mais longínquo da sua órbita elíptica alongada, a 3.500 unidades astronómicas do nosso planeta. Uma UA é a distância média da Terra ao Sol, cerca de 150 milhões de quilómetros.
Por volta do dia 18, o cometa irá também passar próximo de Vénus, a apenas 34 milhões de quilómetros do planeta mais próximo da Terra, e seguir a sua rota em direção ao Sol.
Depois de atingir seu periélio, o ponto mais próximo do Sol na sua órbita, no dia 3 de janeiro, o cometa irá então regressar às profundezas do espaço, na sua jornada de milhares de anos. E se a sua massa de gás e gelo sobreviver novamente ao calor do Sol, cá estaremos, daqui a 80 mil anos, à espera do Leonard.