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Lei de legalização da canábis para uso recreativo “chumbada” (e PS ficou dividido)

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O parlamento chumbou dois projetos de lei do Bloco de Esquerda e do partido Pessoas-Animais-Natureza para a legalização da canábis para uso recreativo, numa votação em que a bancada do PS se dividiu.

O projeto do BE teve os votos da própria bancada bloquista, do PAN e de 25 deputados do PS, votos contra do PCP, PSD, CDS e oito deputados do PS, registando-se ainda a abstenção do PS, PEV e do deputado não-inscrito Paulo Trigo Pereira.

Já o diploma do PAN foi rejeitado com os votos contra do PCP, PSD, CDS e sete deputados do PS, registando-se ainda a abstenção do PS, PEV e do deputado não-inscrito Paulo Trigo Pereira, embora tenha recebido os votos do BE, de André Silva (PAN) e de 26 deputados socialistas.

Entre os parlamentares do PS que votaram a favor da lei do PAN contam-se a porta-voz do partido Maria António Almeida Santos, os ex-governantes João Soares, Constança Urbano de Sousa, Fernando Rocha Andrade, José Magalhães e Manuel Caldeira Cabral, mas também Edite Estrela, Isabel Moreira, Sérgio Sousa Pinto e Pedro Bacelar de Vasconcelos, entre outros.

Contra votaram sete parlamentares socialistas, entre eles Miranda Calha, Vitalino Canas, Odete João e António Gameiro. Além dos 25 que que votaram a favor do diploma do BE, juntou-se-lhes o deputado Pedro Delgado Alves.

No debate, na quinta-feira, o Bloco de Esquerda manifestou-se disponível para alterar o projeto de lei para a legalização da canábis para uso recreativo, apelando aos deputados para aprovarem a proposta na generalidade de modo a ser discutida por todos.

Moisés Ferreira respondia a um repto lançado pelo deputado do PSD Ricardo Baptista Leite ao BE e ao PAN, autores dos projetos de lei, para que se faça “um debate sério”.

No início do debate, André Silva, do PAN, disse que o seu projeto de lei apresenta propostas concretas para “um debate sério e livre, num caminho que deve envolver vários representantes da sociedade, que visa combater o tráfico de droga, prevenir e tratar as dependências mais eficazmente.

O deputado do PS Alexandre Quintanilha disse que “por ser uma lei muito recente e porque as poucas experiências da liberalização também são mais recentes, os socialistas deveriam ser “mais prudentes”, para “ter tempo” para acumular “dados mais fiáveis e que possam ajudar a avaliar com mais confiança o impacto destas medidas”.

O PCP disse “discordar inteiramente” das propostas, considerando que o que resultaria de “uma eventual aprovação” seria “a liberalização do comércio da canábis e a expansão do seu consumo e venda”. Também o CDS-PP disse que ia votar contra as propostas.

“Não queremos implementar mais negócios em termos do consumo de uma substância que é nefasta”, disse Isabel Galriça Neto.

Já os Verdes declararam que se iam abster, com a deputada Heloísa Apolónia a pedir aos partidos que vejam esta abstenção “como forma de cautela nos avanços” que querem promover, mas também como “uma predisposição para que o debate se faça na Assembleia da República”.

// Lusa

2 Comments

  1. senhores pulhiticos veteranos na materia, fazem muito bem em defender intresses proprios e associados…
    Afinal a medida nao seria conveniente a quem trafica, muito menos a quem controla o trafego no alto das esferas do poder.
    Nao sou consumidora mas ninguem me incomoda por fumar uns charros por prazer. Entao nao assobiamos para o lado perante outros consumos que serao bem mais lesivos a sociedade, pergunto.
    Que seja feita uma analise aos WCs da assembleia da republica e veremos o que salta…
    Os paises onde se permite o consumo sao mais evoluidos socialmente do que nos restantes e nao se verifica mais criminalidade nem mais problemas de saude publica.

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