Laser disparado do Espaço a 2.000 quilómetros atingiu um jipe na Terra

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ICRAR

Estação móvel montada num jipe é capaz de se deslocar até um determinado local e receber os sinais laser 15 minutos após a chegada.

Uma equipa de cientistas australianos atingiu uma carrinha com um laser disparado do espaço. A proeza abre caminho a novas tecnologias de comunicações de alta velocidade — e eventualmente, a algo mais.

Numa prova de conceito inédita, investigadores da Universidade da Austrália Ocidental (UWA) conseguiram receber sinais laser infravermelhos de um satélite em órbita terrestre baixa.

A proeza de engenharia abre caminho a um aumento de 1.000 vezes nas velocidades de comunicação entre a Terra e o Espaço.

Desde os tempos do Sputnik 1, o primeiro satélite artificial a ser colocado em órbita da Terra, que os satélites utilizam ondas de rádio para comunicar com as estações terrestres.

O número atual de satélites ativos aproxima-se agora dos 10.000, e a sua capacidade de gerar dados disparou de forma proporcional.

Devido ao elevado número de satélites em órbita, ao espetro de rádio finito e a problemas de interferência, há atualmente um estrangulamento crítico na na capacidade de recolher dados de volta à Terra.

Os lasers de infravermelhos podem resolver este problema, porque a sua frequência mais elevada permite transferir mais dados por segundo.

A equipa de investigadores, liderada por Sascha Schediwy,  professor da UWA e do Centro Internacional de Investigação em Radioastronomiada Austrália, criou uma rede de estações terrestres capazes de detetar sinais laser infravermelhos provenientes do espaço.

Na semana passada, a equipa captou os primeiros sinais enviados por um laser a bordo de um satélite alemão em órbita terrestre baixa.

“Esta demonstração é o primeiro passo fundamental para estabelecer uma rede de comunicações espaciais da próxima geração em toda a Austrália Ocidental”, diz Schediwy, citado pela Cosmos.

“Os próximos passos incluem a ligação desta rede a outras estações terrestres óticas atualmente em desenvolvimento na Austrália e em todo o mundo”, acrescentou o investigador.

Não é fácil apontar um laser focalizado a alvos móveis a uma distância de cerca de 2.000 quilómetros.

“A aquisição desses sinais e o apontamento robusto é mais difícil do que com o rádio. O feixe laser pode começar com algumas dezenas de centímetros numa extremidade e, quando chega à outra extremidade, pode ter apenas dezenas ou algumas centenas de metros”, explica Schediwy. ”

Uma vez estabelecida a ligação, os lasers de infravermelhos têm potencial para transferir milhares de gigabits por segundo.

“O Telescópio Espacial James Webb passa qualquer coisa como 10 horas por dia a descarregar as suas imagens científicas para o solo”, diz Schediwy. “Utilizando tecnologia do tipo laser, esse tempo seria reduzido para vários minutos“.

As condições climatéricas representam outro obstáculo técnico, uma vez que as nuvens ou a chuva podem interromper o sinal laser.

Para ultrapassar este desafio, a equipa de investigadores construiu uma rede de 3 estações terrestres espalhadas pela Austrália Ocidental. Desta forma, o satélite consegue descarregar os seus dados para a estação com o céu mais limpo.

Uma das estações terrestres que captou o sinal laser enviado do satélite foi um jipe com um recetor incorporado. Esta estação móvel é capaz de se deslocar até um determinado local e receber os sinais laser 15 minutos após a chegada.

A equipa de investigadores prevê que estações terrestres móveis semelhantes, de custo relativamente baixo, possam ligar comunidades remotas à Internet ou fornecer apoio rápido às comunicações em áreas afetadas por catástrofes naturais.

A proeza agora conseguida pela equipa de cientistas australianos abre a porta a uma nova era nas telecomunicações.

Mas é impossível imaginar um laser disparado do Espaço para a Terra e não pensar na famigerada Estrela da Morte da saga Star Wars, cujo super-laser destrói planetas inteiros.

Curiosamente, em 2017 uma equipa de investigadores australianos construiu um mesmo um protótipo de uma tal Estrela da Morte; e, em 2015, o Inverse calculou mesmo quanta energia seria realmente necessária para que uma tal arma destruísse um planeta do tamanho da Terra.

Estamos mais perto do maléfico Império do que pensávamos.

ZAP //

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1 Comment

  1. Isto já existe muito tempo e e só lembrar dos incêndios promovido por esses modelos principalmente nos estados unidos da América.

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