Faleceu uma das figuras da cidade e uma referência no apoio às comunidades mais fragilizadas. Tinha 73 anos.
Morreu uma das referências no apoio a pessoas mais fragilizadas: Lasalete Piedade.
Lasalete tinha 73 anos e morreu nesta quarta-feira. Deixa um legado de compaixão, solidariedade e humanidade, lê-se em comunicado enviado ao ZAP.
Lasalete era conhecida como a “mãe dos pobres” do Porto, cidade onde nasceu e onde sempre viveu.
Passou por pobreza extrema quando era criança. Foi depois acolhida por uma instituição religiosa, onde recebeu formação e educação até à idade adulta.
Foi nessa fase que começou a nascer o essencial da sua vida: dignificação da pobreza, algo que norteou a sua vida e obra.
Já na década de 1990, Lasalete Piedade fundou a Associação Migalha de Amor, conhecida como Coração da Cidade. Servia refeições completas a 50 pessoas, todos os dias. Com ajuda de família e amigos.
O seu lema era: “Mais importante do que verbalizar doutrinas é humanizar atitudes”.
Já no início deste século, a instituição passou a servir 875 refeições por dia a pessoas em situação de sem-abrigo, toxicodependentes e migrantes. Mais tarde também passou a apoiar desempregados, idosos e crianças.
Em 2004, já prestava assistência mensal a 2.000 pessoas, incluindo 500 crianças.
A crise económica originou em 2010 a associação VER – Vidas em Risco, que oferecia apoios alimentares, clínicos, jurídicos e habitacionais a mais de 2.000 pessoas por mês.
Cinco anos depois, Lasalete criou o programa AI – Ajuda Imediata, eliminando burocracias e respondendo às necessidades de 3.600 pessoas mensalmente.
Já na pandemia, reabriu as portas do Coração da Cidade, organizando voluntários para cozinhar 200 kg de arroz por dia e prestar apoio alimentar a famílias necessitadas.
Um exemplo para voluntários e beneficiários. A “Mãe dos Pobres” foi uma verdadeira defensora da dignidade humana, fecha o comunicado.