Alejandro Garcia / EPA
Os laços amarelos estão a inundar os espaços públicos na Catalunha. Esta terça-feira, Albert Rivera e Inés Arrimadas participaram numa retirada dos símbolos de apoio aos separatistas detidos.
As ruas de Catalunha estão pintadas de amarelo. Nas últimas semanas, intensificou-se a proliferação de laços amarelos na via pública, um símbolo de solidariedade para com os políticos que foram detidos por ter ajudado a organizar o referendo sobre a independência da Catalunha, que se realizou em outubro do ano passado, à revelia das indicações do Governo central.
Quem tiver passado nas ruas de Catalunha nos últimos meses deve, certamente, ter reparado nos laços amarelos, mas este tipo de manifestação aumentou nas últimas semanas, depois de o movimento “España Ciudadana”, associada ao Ciudadanos, ter lançado uma campanha para que se retirassem da via pública todos os símbolos independentistas.
Em resposta a esta ação, os cidadãos a favor da independência começaram a colocar laços amarelos na via pública, aumentando de forma significativa o número de manifestações deste tipo, avança o Observador.
A avalanche de manifestações traduziu-se num aumento significativo de laços amarelos, mas também numa maior dimensão por parte dos grupos que se organizavam para os retirar. Assim como as reações, o mediatismo e as primeiras polémicas começaram a surgir.
O diário conta que a mais recente aconteceu este sábado, quando um casal retirava laços amarelos na via pública de Barcelona. Um indivíduo que assistia à cena decidiu aproximar-se e confrontar o casal, que tentou explicar as suas intenções. Contudo, a discussão subiu de tom, e a mulher acabou por ser agredida, fraturando o nariz.
Esta terça-feira, Albert Rivera e Inés Arrimadas, líder do Ciudadanos – Catalunha, juntaram-se numa ação de retirada de laços na região de Maresme, na Catalunha
De acordo com o Correio da Manhã, Rivera terá sublinhado que as autoridades não podem favorecer posições ideológicas e é isso que acontece quando prendem quem retira os laços da via pública. Ao tomar essa atitude, tratam os símbolos pró-separatistas como propriedade pública, colocando em causa a liberdade de expressão dos que querem a unidade com Espanha.
Mas estas manifestações vão muito mais além do que pintar as ruas de amarelo e chegam mesmo a motivar reações por parte dos principais adversários políticos que acabaram por mediatizar ainda mais o caso.
Exemplo disso é Pablo Echenique, do Podemos, que recorreu à ironia para provocar o partido liberal. “Ainda bem que o principal problema de Espanha é pôr e retirar laços”, escreveu. Se fosse para falar “do desemprego” ou das “faturas da eletricidade” o partido de Rivera “não serviria para nada”.
Quer dizer, não se podem meter laços amarelos nas ruas, por causa da liberdade de expressão, mas pode-se prender quem deseje que o seu país seja independente e livre, qual Catalunha… Pobre Espanha!