University of Nottingham

Cientistas identificaram padrões de superfície que reduzem significativamente a capacidade das bactérias se multiplicarem em plásticos. Esta descoberta pode ajudar a prevenir infeções em dispositivos médicos, como cateteres.
Um novo estudo, publicado na Nature este mês, revelou que, quando as células bacterianas entram em contacto com superfícies com sulcos padronizados, perdem a capacidade de formar biofilmes.
Ao impedir a formação de biofilmes, é possível travar infecções antes de estas se instalarem, além de estimular o sistema imunitário a eliminar as bactérias remanescentes.
“As investigações anteriores demonstraram que introduzir antibióticos em dispositivos médicos tem falhas, como promover o desenvolvimento de resistência aos antibióticos. O nosso estudo foi mais além: quisemos saber se podíamos criar uma ‘paisagem’ simples num cateter — feito do mesmo material — que as bactérias não gostassem e onde não conseguissem formar biofilmes”, diz o investigador Paul Williams à SciTechDaily.
Os cientistas testaram diferentes espécies de bactérias em mais de 2000 formas distintas, estudando desenhos produzidos em vários plásticos, incluindo o poliuretano, um material comummente utilizado em dispositivos médicos.
“Tivemos de recorrer a aprendizagem automática para descobrir quais as formas mais eficazes na prevenção da formação de biofilmes. Depois analisámos porque é que certas bactérias não gostavam desta superfície”, afirma.
E assegura: “As nossas conclusões podem ajudar a reduzir o elevado número de infeções em ambientes hospitalares associadas a dispositivos médicos. Este método não só pode impedir a adesão das bactérias, como também activar o sistema imunitário para destruir as bactérias que ainda consigam aderir”.
O co-autor do estudo Morgan Alexander explica ainda que “utilizar superfícies fisicamente padronizadas tem a vantagem, em relação aos revestimentos, de poder ser aplicado a materiais já existentes, reduzindo o obstáculo à sua aplicação comercial. Esta descoberta pode representar uma poupança significativa para o NHS.”