Kremlin admite censura. “Em tempos de guerra são necessárias medidas duras”

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Dmitri Peskov

Porta-voz da Presidência aconselhou aqueles que querem criticar a atividade das Forças Armadas russas a “pensarem dez vezes” antes de levantarem quaisquer opiniões. “Em tempos de guerra, deve haver uma certa censura.”

O Kremlin defendeu esta sexta-feira que em “tempos de guerra” são necessárias “medidas duras” e “alguma censura”, em defesa das medidas tomadas desde o início da agressão militar contra a Ucrânia e que resultam na perseguição de dissidentes.

“Estes são tempos difíceis”, disse o porta-voz da Presidência russa, Dmitri Peskov, a um canal de notícias académico, citado pelas agências noticiosas oficiais.

“Em tempos de guerra, deve haver uma certa censura e certas regras que seriam inaceitáveis em tempos normais e pacíficos”, acrescentou.

Peskov aconselhou aqueles que querem especular e criticar a atividade das Forças Armadas russas a “pensarem dez vezes” antes de levantarem quaisquer opiniões, admitindo também que – para as autoridades — não existe uma linha clara sobre quais os comentários que são aceitáveis ou inaceitáveis.

Considerou “muito difícil” que os exilados que “tentam desacreditar” o país regressem à Rússia, porque “as pessoas não os vão aceitar”.

Sobre o futuro político do atual presidente, Vladimir Putin, o porta-voz deu como certo que vai concorrer às eleições de março, não tendo “qualquer dúvida” de que vai ganhar.

Putin ainda não oficializou uma candidatura que já é dada como certa por todos os partidos, dadas as alterações legais que foram efetuadas para permitir a permanência do líder no poder.

Peskov disse ainda que quem vier depois de Putin deve ser “como ele”, num apoio indireto às políticas atuais.

Pouco depois de enviar dezenas de milhares de tropas para a Ucrânia, em fevereiro do ano passado, a Rússia introduziu leis de censura de guerra que foram usadas para silenciar vozes dissidentes.

“Desacreditar” o exército pode ser punido com até cinco anos de prisão, enquanto que a divulgação de informações deliberadamente falsas sobre o mesmo pode levar a uma pena de 15 anos.

ZAP // Lusa

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