Kiev descobre 34 câmaras de tortura e prisões em territórios libertados

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A polícia ucraniana afirmou esta terça-feira ter descoberto 34 câmaras de tortura em prisões criadas por Moscovo nos territórios do país que foram libertados da ocupação russa.

“Descobrimos nas áreas desocupadas 34 locais onde os russos detiveram ilegalmente e torturaram cidadãos”, publicou o serviço de imprensa da Polícia Nacional Ucraniana na sua conta na rede social Telegram.

Na região de Kharkov foram descobertas 24, em Kherson foram três, outras tantas na região de Kiev, mais duas em Sumi e a restante em Donetsk, pormenorizou a polícia ucraniana.

Na publicação, a polícia acrescenta que, até segunda-feira, instaurou 40.742 processos criminais por crimes cometidos pelos militares russos e respetivos cúmplices no território da Ucrânia.

Segundo a polícia, foram abertos 29.817 processos por casos de violação das leis e práticas de guerra, 8.912 relacionados à usurpação da integridade territorial e inviolabilidade da Ucrânia, 1.841 por colaboração com o inimigo, 87 por alta traição e 37 por sabotagem.

Além disso, e de acordo com dados do portal Children of War, recolhidos por agências locais, desde o início da invasão russa da Ucrânia, 430 crianças morreram no país e mais 823 ficaram feridas.

Outros 249 menores desapareceram e 9.755 crianças foram deportadas para a Federação Russa.

Putin ameaça Kiev com mais represálias

O Presidente russo, Vladimir Putin, admitiu esta segunda-feira que os ataques em grande escala à infraestrutura energética da Ucrânia foram executados em resposta ao alegado ataque de Kiev contra a frota do mar Negro, alertando para mais ações de retaliação.

“Parcialmente foi” uma resposta, o ataque com mais de 50 mísseis contra 18 alvos energéticos ucranianos em dez regiões, destacou Putin durante uma conferência de imprensa após uma reunião em Sochi com o Presidente do Azerbaijão, Ilham Aliev, e o primeiro-ministro arménio, Nikol Pashinian.

“Mas isso não é tudo o que podemos fazer”, acrescentou, citado pela agência Efe.

Centenas de cidades em sete regiões ucranianas ficaram sem energia e pelo menos 13 civis ficaram feridos nos ataques russos, segundo Kiev.

Moscovo alega Kiev atacou a base naval russa em Sebastopol com ‘drones’ no sábado, no que descreveu como um ataque terrorista no qual um caça-minas ficou danificado.

De acordo com o Ministério da Defesa russo, um dos ‘drones’ marítimos usados pela Ucrânia para atacar a base naval russa em Sebastopol foi lançado de um dos navios civis fretados para a exportação de cereais ucranianos e outros deslocaram-se ao longo da zona de segurança do corredor humanitário.

Este argumento serviu para a suspensão por Moscovo do acordo de exportação de cereais, embora a ONU tenha contestado esta alegação, ao afirmar que não havia cargueiro no corredor na noite de 29 de outubro, quando o ataque supostamente ocorreu.

A Rússia também suspendeu o tráfego de navios pelo corredor humanitário até que a situação em torno da “ação terrorista” na Ucrânia seja esclarecida.

// Lusa

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