Kento Momota até agradece o facto de os Jogos Olímpicos terem sido adiados: um acidente de carro marcou o ano 2020 do líder do badminton mundial.
O Japão tem uma nova estrela no desporto: Kento Momota, dominador do badminton mundial nos últimos tempos – mas que, mesmo assim, nunca está satisfeito com aquilo que demonstra nos jogos.
2019 foi um ano incrível para o atleta: venceu 11 torneios ao longo do ano e voltou a ser campeão do mundo, tal como tinha sido no ano anterior. No entanto, diz o próprio: “Enquanto competi em 2019, em nenhum momento estive satisfeito com o meu desempenho. Nem uma única vez. Tudo que via eram pontos que podia melhorar”.
“Sempre senti que precisava de trabalhar mais o meu jogo ofensivo, é nisso que estou focado agora. É algo no qual estou a trabalhar muito, durante os treinos”, contou o japonês, em entrevista ao canal oficial dos Jogos Olímpicos.
O atleta falou também sobre o pensamento que separa os vencedores dos vencidos: “Desde o primeiro momento, o primeiro passo que tive de tomar, que sabia que não iria ser fácil. Haverá dias em que vai parecer que são anos na estrada. Mas, em períodos como esse, preciso de encontrar forças para ultrapassar essas fases. Porque eu sei que é esse tipo de mentalidade que vai separar os vencedores dos vencidos nos Jogos Olímpicos”.
“Todos os dias contam. Estou grato a todos aqueles que me têm ajudado ao longo deste caminho e espero poder chegar ao que quero”, continuou Kento Momota, que já tem o título asiático e mundial, mas ainda não participou nos Jogos Olímpicos.
O japonês está a preparar-se para a sua estreia olímpica (precisamente no Japão) e até agradece o facto de a prova ter sido adiada para este ano: em janeiro de 2020, Kento envolveu-se num acidente de carro, a caminho do aeroporto na Malásia, poucas horas depois de ter vencido o Masters em Kuala Lumpur. O motorista do carro morreu. Kento passou vários meses a recuperar de uma operação.
Por isso, o adiamento dos Jogos Olímpicos foi positivo para ele, que está a tentar chegar a Tóquio no pico de forma. Um ano depois, iria voltar à competição neste mês mas apresentou um teste covid-19 positivo e já não participou num torneio na Tailândia.
Um ano sem competir faz diferença mas não cria desmotivação: “Tenho sentido falta de desafios de vez em quando, por não haver competições, mas isso não me fez deixar de querer treinar. Em nenhum momento me senti desmotivado. Na verdade, eu divirto-me ao tentar melhorar o meu desempenho”.
“No fim de contas, tudo se resume ao quanto eu consigo puxar por mim próprio. O foco não é o tempo que tenho, mas sim como aproveito cada dia até aos Jogos Olímpicos”, finalizou o número um do badminton.