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Enquanto estava em coma, bens de Navalny foram congelados pela justiça russa

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Oficiais de justiça russos congelaram as contas e uma parte do apartamento do opositor ao governo Alexei Navalny quando este permanecia em coma após um presumível envenenamento no final de agosto, indicou esta quinta-feira a sua porta-voz.

Através de um vídeo, Kira Iarmych indicou que a justiça russa congelou a 27 de agosto a parte detida por Navalny do seu apartamento em Moscovo, e como consequência esta habitação “já não pode ser vendida, oferecida ou hipotecada”. A porta-voz acrescentou que as contas do opositor foram igualmente congeladas.

Contactada pela agência noticiosa AFP, Kira Iarmych afirmou que o opositor, atualmente na Alemanha após uma hospitalização em Berlim, poderá “continuar a viver” no imediato nesse apartamento caso regresse à Rússia.

Segundo indicou, estas decisões da justiça estão relacionadas com um contencioso entre Evgueni Prigojine, um empresário considerado próximo do Kremlin, e Navalny e um dos seus aliados, Liubov Sobol.

Em outubro, os dois opositores e a sua organização anticorrupção foram condenados a pagar 88 milhões de rublos (978 mil euros à taxa atual) a uma empresa de alimentação escolar. A empresa moveu um processo judicial a Navalny e à sua organização após a divulgação de um inquérito que afirma ter servido alimentos perigosos para a saúde dos estudantes.

Designado “o cozinheiro de Putin”, Evgueni Prigojine terá indemnizado esta sociedade e pretende ser reembolsado pelos opositores. A 26 de agosto, indicou em comunicado que iria “arruinar” Navalny caso este sobrevivesse.

Militante anticorrupção e fervoroso crítico do Kremlin, Alxei Navalny adoeceu gravemente em 20 de agosto a bordo de um avião na Sibéria. Três laboratórios europeus concluíram que foi envenenado por um agente neurotóxico do tipo Novitchok, concebido para fins militares na época soviética. As acusações foram rejeitadas por Moscovo.

O opositor saiu na terça-feira do hospital de Charité em Berlim, onde recebeu tratamento durante um mês. De momento permanece na Alemanha em período de convalescença.

// Lusa

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