Ministério da Justiça gastou 60 mil euros em renda de casa para juiz — mas é dono de apartamento

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António Cotrim / Lusa

O ex-presidente do Supremo Tribunal de Justiça, juiz conselheiro Henrique Luís de Brito de Araújo

Apesar de vários outros magistrados terem vivido no imóvel que pertence ao Ministério da Justiça, o ex-presidente do Supremo rejeitou o apartamento, o que levou a que fossem gastos cerca de 60 mil euros no arrendamento de uma casa alternativa.

O Ministério da Justiça mantém, há anos, um apartamento de 200 metros quadrados no centro de Lisboa desocupado, após o anterior presidente do Supremo Tribunal de Justiça (STJ), Henrique Araújo, o ter rejeitado em 2022. Araújo apontou problemas de climatização e insonorização como motivos para sua decisão.

Em resposta, o Instituto de Gestão Financeira e Equipamentos da Justiça (IGFEJ) arrendou um imóvel em Benfica, a 2500 euros mensais, onde Araújo residiu até junho de 2023. Este arranjo custou ao Estado cerca de 60 mil euros, além das despesas de estadia em hotéis enquanto o novo alojamento não estava disponível.

O apartamento da Avenida do Infante Santo, tradicionalmente destinado a funções protocolares, já tinha hospedado magistrados como o procurador-geral Cunha Rodrigues. Joaquim Piçarra, antecessor de Joaquim Araújo, também afirmou que a residência, ainda que antiga, estava em boas condições durante a sua ocupação de 2018 a 2021, refere o Público.

O apartamento, localizado no Edifício Bonag, conta com vista para o Tejo, um amplo salão e três casas de banho, e está mobilado e equipado com artigos de mesa da Vista Alegre. Antes de optar pelo arrendamento em Benfica, o STJ chegou a procurar imóveis em Caxias, com requisitos específicos como aquecimento central e garagem dupla, mas sem sucesso.

Desde 2009, os presidentes do STJ e do Supremo Tribunal Administrativo dispõem de residências para funções protocolares. No entanto, o imóvel da Infante Santo, agora considerado inadequado, será vendido em hasta pública como parte do plano de investimentos na justiça para 2023-2027. Em contraste, o apartamento arrendado para o presidente do Supremo Tribunal Administrativo no Parque das Nações custava 2064 euros mensais.

ZAP //

10 Comments

  1. São estes senhores que aplicam a justiça em Portugal!
    É uma pouca vergonha e não há quem ponha travão a isto.
    O Zé paga essa merda toda.

  2. Acho mais que bem, afinal anda um gajo a marrar para ser doutor e depois tem que viver como os pobres!?
    Era mesmo o que faltava.

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  3. A Classe Alta em Portugal está assim, ganancia em toda a escala esquecendo que tambem motrem sem levar nada. Parasitas. Sistema sujo.

  4. Há estes “marmanjos” nada lhes acontece.
    Deveria devolver tudo mais juros, mas depois
    Vêem evocar uma lei qualquer em que muda a interpretação da mesma e da tudo em cu…

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