A sonda norte-americana Juno sobrevoou diretamente a Grande Mancha Vermelha de Júpiter, um gigantesco turbilhão com 16 mil quilómetros de diâmetro que intriga os astrónomos há mais de três séculos, confirmou a NASA.
“O último sobrevoo de Júpiter pela Juno terminou”, indicou a agência espacial norte-americana, através da rede social Twitter.
Juno passou na vertical sobre a Grande Mancha a uma distância de nove mil quilómetros, pouco depois da 01h55 TMG (02h15 de Lisboa) desta terça-feira.
As primeiras imagens brutas da Grande Mancha vermelha vão ser divulgadas nos próximos dias, ainda segundo a NASA.
“Durante gerações, em todo o mundo, os homens maravilharam-se ao observar a Grande Mancha vermelha”, declarou o responsável científico da missão, Scott Bolton, do Instituto de Investigação do Sudoeste, em San Antonio, no Estado do Texas.
“Agora, vamos poder finalmente escrutinar este anticiclone de mais perto”, congratulou-se.
“Esta gigantesca tempestade abate-se sobre Júpiter desde há séculos, mas agora a Juno e os seus instrumentos, capazes de penetrar as espessas camadas de nuvens, vão poder determinar pela primeira vez a profundidade do anticiclone e ajudar-nos a compreender a dinâmica desta tempestade gigante e o que a torna um fenómeno tão particular”, dissera anteriormente.
Lançada em 5 de agosto de 2011, do Cabo Canaveral, no Estado da Florida, a Juno entrou em órbita em torno de Júpiter em 4 de julho de 2016.
A Juno, uma missão com custo orçamentado de 1,1 mil milhões de dólares (960 milhões de euros), deve permanecer uma vintena de meses em torno do maior planeta do Sistema Solar, sobre o qual deve fazer 37 sobrevoos, na sua maioria a uma distância entre 10 mil e 4.667 quilómetros acima das nuvens.
Os sobrevoos da Juno são muito mais próximos do que o precedente recorde de 43 mil quilómetros, estabelecido pela sonda norte-americana Pioneer 11, em 1974.
A sonda detetou gigantescas tempestades nos polos de Júpiter e efetuou observações inéditas sobre a atmosfera e o interior do planeta gasoso.
Júpiter aparece como “um mundo complexo, gigantesco e turbulento”, muito diferente do que os cientistas imaginavam, explicou a NASA ao comentar dois dos primeiros estudos efetuados com os dados transmitidos pela Juno e publicadas em 25 de maio último na revista científica norte-americana Science.
// Lusa