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Começou o julgamento do pior acidente aéreo da Argentina. Já passaram 22 anos

Um tribunal de Buenos Aires começou esta terça-feira a julgar 35 acusados pela queda de um avião em outubro de 1997 na localidade uruguaia de Fray Bentos, que causou a morte dos 74 ocupantes, na pior tragédia aérea da Argentina.

Quase 22 anos após a tragédia, o caso é julgado como “dano doloso”, ou seja, dano em grande escala e produzido com intenção, por negligência ou inépcia. É um crime com uma pena estimada entre 10 e 25 anos de prisão na Argentina.

Em 10 de outubro de 1997, o voo 2553 da companhia aérea Austral que fazia o trajeto entre Posadas (nordeste) e Buenos Aires caiu na cidade uruguaia de Fray Bentos, junto à fronteira com a Argentina, perto da localidade de Gualeguaychú.

Segundo a denúncia, conta o Jornal do Brasil, faltava na aeronave um alarme obrigatório que teria alertado a tripulação que o sistema de aquecimento do “tubo Pilot” – sensores que determinam a velocidade do vento – não funcionava.

A primeira audiência, em Buenos Aires, ocorreu na terça-feira, tendo-se dado a leitura, diante dos familiares das vítimas, do requerimento de indiciamento e foi definida a data de 9 de abril para a segunda audiência, na qual devem ter início os depoimentos de testemunhas. O julgamento oral tinha sido adiado quatro vezes, a última há um ano.

Os réus são ex-diretores da Austral, uma companhia de voos internos e regionais que à época estava nas mãos da espanhola Iberia, e ex-membros da Força Aérea Argentina, até então a mais alta autoridade da aviação.

Austral, junto com a Aerolíneas Argentinas, tinha sido comprada pela Iberia em 1990 na onda de privatizações impulsionada pelo ex-presidente Carlos Menem. Em 2001, ambas estavam praticamente em falência e passaram para as mãos do Grupo Marsans. Em 2008 voltaram à gestão estatal argentina.

No avião da Austral, um McDonnell Douglas DC-9-32, viajavam 69 passageiros e cinco tripulantes. Houve um julgamento civil e uma indemnização, mas um grupo de familiares das vítimas optou por levar o caso aos tribunais penais.

Na noite da tragédia, a companhia demorou várias horas para informar os familiares das vítimas que aguardavam no Aeroparque de Buenos Aires.

// Lusa

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