Atribuição da nacionalidade a judeus sefarditas rende milhões à Comunidade Israelita do Porto

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Para além da cobrança dos emolumentos que rende milhões à comunidade, vários membros da direcção têm negócios paralelos associados a estes processos.

A atribuição da nacionalidade portuguesa aos judeus sefarditas, que tem sido muito noticiada depois do caso do multimilionário russo Roman Abramovich, gera um lucro de dezenas de milhões de euros que vão principalmente para o bolso da Comunidade Israelita do Porto (CIP), segundo uma investigação do Público.

As alterações à lei da nacionalidade entraram em vigor em 2015 e desde então até ao final de 2021, a CIP e a Comunidade Israelita de Lisboa certificaram 86 500 pedidos de nacionalidade, sendo que 90% foram instruídos no Porto, incluindo o caso mediático de Abramovich, que se tornou cidadão português em Abril de 2021.

Na ausência do presidente da CIP, que vive em Israel, a organização é representada por Francisco de Almeida Garrett, um dos rostos mais conhecidos da comunidade judaica da Invicta e sobrinho da ex-deputada socialista Maria de Belém Roseira, que foi uma das defensoras das mudanças na lei da nacionalidade.

Contactada pelo jornal, Maria de Belém admite que tem um sobrinho que faz parte da CIP, mas diz não saber as suas funções e garante que não articulou nada com ele por causa da proposta de lei.

A CIP tinha apenas 20 membros em 2012, mas explodiu de tamanho nos últimos anos, chegando aos 400 em 2019. A comunidade também passou por dificuldades financeiras e nem tinha forma de pagar obras na sinagoga, mas em 2019 já tinha um “um hotel ‘kosher’, um banho ritual, um cantor [solista da Sinagoga], seguranças e um novo museu”, revelou o jornal israelita Jerusalem Post, que o Público consultou.

Esta recuperação nas contas da CIP teve início em 2011, com a chegada de Francisco de Almeida Garrett e dos “avultados lucros gerados pela certificação dos descendentes dos judeus sefarditas”.

Por cada certificado que aprova, a CIP cobra um emolumento de 250 euros, para além dos 250 euros da taxa da conservatória. No total, os números exactos não são conhecidos, mas o Público avança que os processos já trouxeram vários milhões de euros para os cofres da comunidade.

Para além disto, alguns dos membros da direcção da CIP ainda têm negócios privados ligados com a atribuição da nacionalidade aos descendentes dos judeus sefarditas.

ZAP //

12 Comments

  1. Estes judeus sefarditas são portugueses porque tem antepassados do tempo dos fenícios em Portugal. Por esta lógica os brasileiros que tinham antepassados portugueses deviam ter mais direito á nacionalidade portuguesa, pois são mais recentes. Os sefarditas já se puseram a andar de Portugal há muitos, muito séculos. já não são portugueses. Porque será que eles favorecem os judeus e não favorecem os realmente descendentes de emigrantes portugueses. Pela lógica deles , também,estiveram cá, na península ibérica, os antepassados dos nórdicos, os antepassados dos marroquinos, os antepassados dos italianos, esses ainda tinham mais prioridade a ter nacionalidade portuguesa.

    • Não é do tempo dos fenícios, é de finais do século XV. E os judeus sefarditas não se foram embora porque quisessem, mas porque foram expulsos. Se ainda sentem vínculos com Portugal e querem recuperar a nacionalidade portuguesa, acho muito bem. Muitos serão uma mais valia para o nosso país. Na minha visão, para se ser português basta querer ser português e contribuir para o bem comum, e falar português. Somos o resultado da mistura de íberos, celtas, cartagineses, romanos, visigodos, suevos, judeus, mouros, berberes, africanos e asiáticos e, apesar disso somos ums comunidade coesa. A junção de mais alguns judeus sefarditas não nos pode fazer nenhum mal.

  2. Seria Grave era dar a nacionalidade a quem não é portugues ou seu descendente…
    Se a CIP traz dinheiro para Portugal e se os “seus” novos Portugueses pagam impostos em Portugal, qual é o prejuízo para os Portugueses residentes?
    Deixem de caçar bruxas e cacem gatunos!

    • Tem toda a razão. Aliás 230€ de emolumentos nem.e muito dinheiro pois tem de.ser feito toda uma investigação para apurar se o interessado e mesmo descendente de judeus Portugueses. Eu quando li o título da noticia julgava que tinha sido cometida fraude nas informações fornecidas para a obtenção da nacionalidade Portuguesa. Não foi nada de isso. Foi apenas sobre o facto de o CIP ter “enriquecido”. O que é que alguém tem a ver com isso? O que li na notícia cheiram-me mais a Inveja do que a outra coisa pois não foi cometida nenhuma fraude contra o Estado.

  3. Eu tenho a dizer que em muitos dos casos não há uma qualquer relação entre as pessoas que pedem a nacionalidade e Portugal. Muitas delas senão mesmo a grande maioria fazem o pedido para obterem um passaporte português e assim poderem circular livremente na UE. Ou ninguém reparou que esses novos portugueses não vivem na UE? Bem como não falam português e na realidade não querem vir para Portugal e viver cá como qualquer cidadão.
    Por isso não consigo compreender está lei.
    Conheci mesmo uma pessoa que pediu a Espanha a nacionalidade mas como demoravam mais tempo a dar lhe os documentos, pediu também em Portugal… e Portugal foi mais rápido. Assim pergunto qual a ligação à Portugal? E qual o benefício que irá trazer? Impostos? Pagos por quem? Os portugueses não residentes pagam imposto apenas por rendimentos obtidos em Portugal.
    Claro está que vou ver o Abrahamovic a pagar IRS em Portugal.
    Por isso benefício não sei para quem será, mas não é para o país de certeza. Curiosa esta ligação da sra deputada e do líder da CIP.
    Qualquer dia nos que estamos cá ainda teremos de pagar uma compensação por tudo o que fizemos nos últimos 880 anos…

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