Vários jovens em risco, institucionalizados na Casa de Acolhimento Residencial da Cooperativa Rumo, no Barreiro, distrito de Setúbal, terão sido submetidos durante anos a espancamentos, maus-tratos e insultos pela antiga diretora técnica e por um psicólogo do lar que os acolheu.
A notícia é avançada esta quarta-feira pelo Jornal de Notícias que teve acesso a um inquérito interno que resultou no despedimento dos dois funcionários em causa.
De acordo com o matutino, os rapazes da instituição eram sovados por se portarem mal na escola, as raparigas insultadas quando chegavam tarde ao lar. “Isto não é um bordel de vacas”, terá chegado a dizer o psicólogo citado pelo matutino.
Durante quatro anos, nem rapazes nem raparigas receberam assistência médica sequer para vacinas obrigatórias. Todos os jovens tinham sido retiradas às suas famílias, devido a situações de risco, revela o diário.
De acordo com o inquérito, um rapaz foi levado na carrinha da Rumo para uma zona despovoada no parque industrial do Barreiro e foi espancado pelos responsáveis. O mesmo jovem, a par de outro, foi agredido com um cinto dentro da casa.
Segundo a Sábado, o Ministério Público está a investigar os alegados maus tratos que terão decorrido nesta IPSS. “A primeira denúncia oficial foi de uma funcionária que assistiu e ouviu alguns relatos dos miúdos”, afirmou à revista Rute Silva, presidente do Conselho de Administração da Rumo, salientando não ter tido “sinais de alerta”.
A revista adianta ainda que os dois funcionários, bem como as alegadas vítimas, foram já ouvidas pelas autoridades. A Sábado tentou, sem sucesso, contactar a advogada que representa os dois funcionários, que não quis prestar quaisquer declarações.
Na casa de acolhimento vivem 14 menores, com idades entre os 6 e os 18 anos, todos com um historial de maus-tratos, violência e abandono das famílias biológicas.
Infelizmente temos muitos portugueses em certos trabalhos que são PIORES que animais. Estas crianças que precisam de ajuda e o que recebem ainda será por vezes igual ou pior do que tinham. Estes profissionais são pessoas DOENTES, que para além de ser imediatamente despedidas por justa causa, indemnizar as vitimas, perderem Tudo a que tinham direito – anos de trabalho- não é retirar anos de trabalho a quem trabalhou – é retirar TODOS os anos de trabalho a esta gente e deviam de as colocar numa casa de saúde – são pessoas DOENTES- não podem andar por ai p/ fazer asneiras.
Não há vacinas obrigatórias. E se os jovens fossem adoptados a tempo e horas e não estivessem neste tipo de instituições os funcionários não tinham emprego, por isso os problemas não se resolvem …
Quando é que o Estado se interessa por aqueles que direta, ou indiretamente (no caso das instituições que financia), estão a seu cargo, não só supervisionando mas – e sobretudo – escrutinando o pessoal que, supostamente, deveria constituir um exemplo de dedicação e formação para quem, infelizmente, não pôde seguir um percurso familiar “normal”.
A forma como os fracos demonstram a sua superioridade perante os indefesos é algo que deveria ser analisada em maior pormenor.