Os jovens que se identificam como lésbicas, gays, bissexuais e transgéneros sofrem ainda maior risco de discriminação e hostilidade do que os adultos, alertou hoje a agência da União Europeia para os Direitos Fundamentais (FRA).
Os resultados da pesquisa online feita pela FRA – que recebeu respostas de mais de 93 mil pessoas lésbicas, gays, bissexuais e transgéneros (LGBT), com mais de 18 anos e de toda a União Europeia (UE) – demonstram como “o medo, o isolamento e a discriminação afetam ainda mais os jovens LGBT”.
Os inquiridos entre os 18 e os 25 anos revelaram-se “menos abertos” a identificarem-se como LGBT do que os mais velhos, assinala a FRA, com sede em Viena, capital austríaca.
De acordo com os resultados, 67 por cento reconheceram disfarçar a orientação sexual ou identidade de género quando estão na escola. Aliás, destaca a FRA, em todos os Estados-membros há registo de “experiências negativas nas escolas”.
Os jovens LGBT são mais suscetíveis de serem alvo de ameaças ou violência, acrescenta. “Identificámos perturbadores padrões de violência e discriminação contra as pessoas LGBT, especialmente em relação aos mais jovens e aos que se identificam como transgéneros”, precisa o diretor da FRA, Morten Kjaerum, em comunicado da própria agência.
O maior risco para os transgéneros impõe um reforço da “atenção aos problemas” que estas pessoas enfrentam, defende a FRA, sublinhando que a “diminuta denúncia de crimes de ódio e discriminação” é a regra na UE.
Mas nem tudo é mau, reconheceu Morten Kjaerum, indicando que “o resultado do Festival Eurovisão da Canção revela um grau de respeito e tolerância para com a comunidade LGBT que esperamos continue a crescer em toda a Europa”.
A FRA apresentará estes resultados da abrangente pesquisa sobre violência e discriminação contra pessoas LGBT na UE – que só serão publicados no verão – durante o fórum internacional IDAHO, que se realiza hoje e na quarta-feira em Valletta, capital de Malta, a poucos dias do Dia Internacional contra a Homofobia e a Transfobia, que se assinala a 17 de maio.
/Lusa