O Relatório Anual de Segurança Interna aponta a lavagem de dinheiro de oligarcas russos, os jovens entusiasmados com o jihadismo e o tráfico de drogas vindo da América do Sul como as principais ameaças.
O mais recente Relatório Anual de Segurança Interna aponta várias das principais ameaças à segurança nacional e revela que os oligarcas russos estão a conseguir fintar as sanções e a lavar dinheiro em Portugal.
Apesar de não especificar a nacionalidade da origem do dinheiro, o relatório dá a entender que se trata da Rússia: “Com a manutenção/reforço das sanções resultantes da agressão russa à Ucrânia, os fluxos financeiros das elites dos países afetados pela guerra para Portugal continuaram a constituir uma ameaça no contexto do branqueamento de capitais e da evasão às referidas sanções.”
Os serviços de inteligência português avançam ainda que estiveram atentos a outras ameaças internacionais para alem do conflito na Ucrânia, como as guerras no Médio Oriente e o Estado Islâmico.
“Embora a ameaça terrorista de matriz islâmica permaneça elevada na Europa, Portugal não ocupa um papel central na estratégia jihadista”, frisa o relatório, que explica que não foram detetados sinais da existência de células de organizções terroristas em Portugal “nem elementos que apontassem para a participação de indivíduos residentes no território nacional em ações violentas ou no seu planeamento”.
Mas o RASI alerta para vários casos de jovens que acabaram por ser detidos por revelarem um “fascínio pela narrativa jihadista de organizações terroristas” e por terem contactado com “indivíduos com um perfil psicológico e interesses semelhantes” através de aplicações de conversão encriptadas, como o Telegram e o Viber.
Há ainda perigos em torno da grande rede de contactos internacionais que estes jovens aspirantes a jihadistas têm, havendo casos em que contactaram com suspeitos de envolvimento em ações violentas, escreve o Expresso.
Outro dos principais desafios para a segurança nacional é o aumento do fluxo de drogas vindas de cartéis da América Latina, que estão a apostar em Portugal e Espanha como portas de entrada para a Europa.
O RASI avisa ainda que este aumento do tráfico também se deve ao controlo mais apertado noutros países europeus, o que revitalizou as rotas ibéricas.