O deputado e dirigente do PTP na Madeira José Manuel Coelho será o cabeça-de-lista do partido às Eleições Europeias de 25 de Maio.
“O partido assim decidiu, inicialmente eu não tinha desejo de fazer essa luta, porque a minha luta é mais aqui na Madeira”, disse José Manuel Coelho à agência Lusa.
O deputado do PTP afirmou que “esta decisão foi tomada no início desta semana, depois de algumas hesitações, porque primeiro o cabeça-de-lista seria o presidente do partido, Amândio Madaleno“.
“Mas decidiram recuar e que eu ia avançar e também o partido na região tomou idêntica atitude”, acrescentou o polémico deputado madeirense.
José Manuel Coelho argumentou que não está no partido e na política para fazer a sua vontade. “Assumi essa tarefa e é uma missão tal como quando estive na Revolução de Abril, no Batalhão de Caçadores 5. Participei no 25 de Abril e para nós, militares, essa era uma missão, libertar o povo português da tirania e do fascismo”, sustentou.
Para José Manuel Coelho, ser cabeça de lista às Europeias “agora é outra missão”. “Não estou para trabalhar no meu interesse e comodidade pessoal, mas para servir o país e obedecer a diretrizes do partido”, concluiu.
Percurso polémico
José Manuel Coelho foi militante comunista. Em 2007 integrou as listas do Partido Nova Democracia (PND) nas eleições legislativas regionais e acabou por substituir o deputado eleito, Baltazar Aguiar, no parlamento madeirense em Maio de 2008.
A sua postura polémica tornou-o conhecido, protagonizando episódios como levar um relógio de cozinha ao pescoço e utilizar uma bandeira nazi, tendo sido impedido de entrar no edifício da Assembleia Legislativa da Madeira no âmbito de um processo destinado a suspender-lhe o mandato.
Depois, em 2011, José Manuel Coelho foi candidato à Presidência da República.
Em Março desse ano tornou-se militante do Partido Trabalhista Português, do qual é vice-presidente, e nas eleições legislativas regionais de 2011 o PTP, conseguindo eleger três deputados para o parlamento da região.
As suas polémicas afirmações estão na origem de vários processos nos tribunais da Madeira, tendo sido condenado por difamação a diversas figuras públicas a pagamentos de indemnizações, trabalho comunitário e penas suspensas.
/Lusa