O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, acusou o Governo de pretender “um apeadeiro” e um “aeroportozinho” no Montijo.
Jerónimo de Sousa acrescentou que as infraestruturas vão “beneficiar um grande grupo económico”, considerando que, “nesta pressa” e “correria, até as questões ambientais vão”.
“Aquilo não vai ser um aeroporto, vai ser um apeadeiro para beneficiar um grande grupo económico, a Vinci francesa, em que fazem um aeroportozinho”, quando o que o país precisa é de “um aeroporto maior, numa perspetiva de desenvolvimento económico”, afirmou Jerónimo de Sousa, citado pelo Dinheiro Vivo.
O secretário-geral comunista criticou o Governo por ter privatizado a ANA – Aeroportos de Portugal: “Entregaram durante 50 anos a concessão a essa multinacional”, a Vinci, que ficou dona “dessa gestão de todos os aeroportos do país” e “fazem um aeroportozinho ali no Montijo”.
“O problema de fundo” é que “daqui a alguns anos, vamos descobrir que, afinal, aquele aeroporto não serve o país como infraestrutura fundamental”, argumentou. O que o país precisa, insistiu Jerónimo de Sousa, é de “um grande aeroporto e não de um pequeno apeadeiro, como Governo pretende fazer para beneficiar a multinacional francesa”.
O Estado português e a ANA – Aeroportos de Portugal vão assinar, na terça-feira, um acordo sobre o modelo de financiamento para a construção do novo aeroporto no Montijo e o reforço da capacidade do atual aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa.
O presidente da Câmara do Montijo já disse, na quinta-feira, que o estudo de impacto ambiental sobre a construção do novo aeroporto será entregue no primeiro trimestre de 2019, não estando em condições de ser divulgado na terça-feira.
Na sexta-feira, o ministro do Planeamento e das Infraestruturas assegurou que serão cumpridas integralmente as eventuais medidas de mitigação que venham a ser definidas pelo estudo de impacto ambiental para o aeroporto complementar do Montijo.
“Está absolutamente fora de questão que alguém esteja a pensar fazer um aeroporto sem cumprir todas as medidas de declaração de impacto ambiental. Mas, como imaginam, não se poderia realizar um aeroporto sem definir que aeroporto se ia fazer e como é que ele ia ser pago”, afirmou Pedro Marques em Mangualde.
A cerimónia decorrerá às 15h00, na base da Força Aérea no Montijo, com a presença do primeiro-ministro, António Costa, do ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, presidente do Conselho de Administração e presidente executivo da Vinci, Xavier Huillard, e do presidente da Vinci Airports, Nicolas Notebaert.