A retalhista está a ser investigada na Polónia pelo regulador da concorrência UOKiK por suspeitas de práticas comerciais ilegais na relação com os seus fornecedores de fruta e vegetais.
De acordo com um documento hoje publicado pelo regulador, citado pela agência financeira Bloomberg, a empresa arrisca uma multa equivalente a 3% do volume de negócios anual.
Em causa, segundo o UOKiK, estão suspeitas de abuso de posição dominante da Biedronka, a retalhista polaca da Jerónimo Martins, na sua relação com os fornecedores relativamente a práticas de descontos pouco claras para o regulador.
A investigação foca-se em contratos com fornecedores, em particular de fruta e vegetais.
Segundo o Observador, a subsidiária da dona do Pingo Doce recebe dois tipos de descontos dos fornecedores: o primeiro constitui uma percentagem e aplica-se quando o volume de negócio ultrapassa um valor específico; quando estes limites são ultrapassados é aplicado um segundo desconto, sendo esse que está a preocupar o regulador.
De acordo com o UOKiK, o valor desse desconto não está especificado nos contratos e os fornecedores só dele têm conhecimento no final do mês, depois de as mercadorias serem entregues. “Se o fornecedor não aplicar este segundo desconto poderá ser alvo de uma penalidade contratual”, detalha o regulador, citado pelo jornal online.
No entender do regulador, a prática da Jerónimo Martins pode constituir um aproveitamento da parte mais fraca da relação, dado que a empresa “tem uma posição negocial mais forte”.
“Suspeitamos que esteja a usar essa posição de forma injusta. Como resultado destas atividades, o fornecedor de produtos alimentares, sobretudo de frutas e legumes, não têm certezas sobre se terão de conceder um desconto adicional ou qual será o seu valor. Assim, ao celebrar um contrato, o fornecedor não sabe quanto vai receber”, refere a entidade, acrescentando que pretende “melhorar a situação dos agricultores”.
Contactada pelo Observador, fonte da Jerónimo Martins confirma “que a Biedronka foi notificada pelo UOKiK e que irá analisar e esclarecer eventuais dúvidas, no tempo devido”.
ZAP // Lusa
O poder económico dos grandes retalhistas, não olha a meios para atingir os fins. É pior que um tsunami. Destroem a vida familiar, os costumes, a distribuição tradicional, tudo… E com a complacência do Estado, porque criam emprego (ah ah ah). Ainda bem que a na Polónia os politicos não estão a dormir, pelo menos até lhes chegar uns “tostões” ao bolso, que é coisa muito utilizada por estes senhores poderosos, mas que também morrem, felizmente.