//

Je Suis Francisco: não podemos insultar a fé dos outros

5

Mazur/catholicnews.org.uk / Flickr

-

O papa Francisco defendeu hoje que a liberdade de expressão é um direito fundamental mas que não permite “insultos à fé dos outros”, acrescentando que “matar em nome de Deus” é “uma aberração”.

Comentando as caricaturas do Charlie Hebdo, o papa afirmou que a liberdade de expressão deve exercer-se sem ofender, sublinhando que matar em nome de Deus é “uma aberração”.

Não podemos provocar, não podemos insultar a fé dos outros, não podemos ridicularizá-la“, disse aos jornalistas a bordo do avião, que levou o papa de Colombo para Manila, quando questionado sobre as caricaturas do semanário satírico francês Charlie Hebdo, alvo de um atentado que causou 12 mortos, na semana passada, em Paris.

A liberdade de expressão deve “exercer-se sem ofender”, disse, sublinhando que expressar-se era um “direito fundamental”.

“Todos têm não apenas a liberdade, o direito, como também a obrigação de dizer o que pensam para ajudar o bem comum. É legítimo usar esta liberdade, mas sem ofender”, insistiu, pedindo verdade, principalmente na atividade política.

“Se o meu bom amigo Dr. Gasparri ofender a minha mãe, deve preparar-se para levar um soco. É normal, é normal. Não se pode provocar. Não se pode insultar a fé dos outros. Não se pode ridicularizar a fé dos outros”, disse ainda o papa, referindo-se a Alberto Gasparri, responsável pela organização das visitas papais, que se encontrava ao seu lado.

O papa sublinhou que a liberdade de religião e a liberdade de expressão era “ambas direitos humanos fundamentais“.

Francisco condenou também os assassínios cometidos em nome da religião.

Não podemos ofender, ou fazer a guerra, ou matar em nome da própria religião, em nome de Deus”, afirmou. Matar em nome de Deus “é uma aberração” e “é preciso ter fé com liberdade, sem ofender, sem impor, nem matar”, frisou.

“O que se passa atualmente (com os atentados islamitas) choca-nos, mas pensemos na nossa Igreja: quantas guerras religiosas tivemos, pensemos na noite de São Bartolomeu, nomassacre desencadeado pelos católicos contra os protestantes franceses que marcou o início, no século XVII, das guerras religiosas. Também fomos pecadores“, lembrou.

O papa condenou já, em várias ocasiões, os atentados de Paris, que causaram 20 mortos, na semana passada.

Francisco chegou hoje às Filipinas, único país asiático de maioria católica, para uma visita de cinco dias, depois de uma deslocação ao Sri Lanka, de maioria budista.

Os sinos das igrejas saudaram a chegada do papa a Manila, onde centenas de milhares de pessoas se concentraram ao longo do percurso que Francisco realizou entre o aeroporto e a representação do Vaticano, onde vai pernoitar.

O ponto alto da visita será a missa final, no parque Rizal, em Manila, no domingo, para a qual os organizadores esperam seis milhões de fiéis.

ZAP / Lusa

5 Comments

  1. Eu não sou de religiões, nem preciso se-lo para estar de acordo com este homem, não se pode confundir liberdade com falta de respeito.
    Mas cuidado Francisco, ainda te vão acusar de terrorista por não apoiares a libertinagem

  2. sic ” francisco”…
    – “Não podemos provocar, não podemos insultar a fé dos outros, não podemos ridicularizá-la“,
    – Todos têm não apenas a liberdade, o direito, como também a obrigação de dizer o que pensam para ajudar o bem comum. É legítimo usar esta liberdade, mas sem ofender
    -Se o meu bom amigo Dr. Gasparri ofender a minha mãe, deve preparar-se para levar um soco. É normal.
    Na verdade é o que penso também. A liberdade de cada um tem que terminar onde começa a liberdade dos outros. Eu sou livre de seguir a religião que quero, mas não sou livre para criticar a religião dos outros…Por isso não tive pena desses jornalistas que morreram em França, tive pena das pessoas que sem mais nada morreram por estarem no caminho dos assassinos…tem que existir leis…já não digo censura… mas cada jornalista ao emitir opinião deve ter um propósito educacional e moral para a sociedade e não emitir opinião exacerbando os ânimos, como aconteceu no dia seguinte. Eu pretendo a sociedade nobre moralmente que existia no tempo dos meus pais em que existia respeito pelo seu semelhante e mesmo criticando por desacordo, havia sentido de critica construtiva e não critica por criticar indiscriminadamente o seu semelhante. Criticas gratuitas…não devem ser toleradas pela nossa sociedade. Esses jornalistas tiveram o que mereceram.

  3. Simplesmente perfeitas, verdadeiras e corajosas estas declarações….Matar em nome da religião é claro que é uma aberração, mas ridicularizar as crenças religiosas de pessoas tambem é uma aberração. Liberdade de expressão não pode colidir com liberdade religiosas, nem com a propria liberdade de outras pessoas…Terrorismo envolvendo mortes de pessoas nunca será aceitavel, mas provocações gratuitas e desmedidas tambem não são aceitaveis. se insultarmos alguem não lhe podemos exigir que se cale e aceite em nome da liberdade de expressão….O que alguns jornalistas consideram liberdade de expressão são verdadeiros insultos para outras culturas e que não é aceitavel.

  4. Caro Luís, nunca foram criticas gratuitas, foram criticas à fé dos terroristas que por todo o mundo matam em nome do profeta. Os radicais extremistas. E não contra quem pratica o islão “normal”. E aberração é o senhor dizer que os jornalistas tiveram o que mereceram.

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.